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Vulcões: ciência, religião e política

Monte Fuji

Os vulcões são estruturas geológicas que expelem magma, gases e partículas quentes na superfície. Segundo o dicionário Michaelis da língua portuguesa, a palavra vulcão tem os seguintes significados:

1 GEOL Orifício na crosta terrestre que dá saída a material magmático, como gases e fumaças, cinzas e lavas.

2 FIG Pessoa ou coisa de natureza impetuosa.

3 FIG Tudo o que impressiona excessivamente, que exerce sobre nós uma influência, um poder tal que parece que nos abrasa o sangue.

4 FIG Perigo iminente contra a ordem social.

Beleza, exuberância, magnitude, poder e impalpabilidade. Portanto, são muitos fatores que tornam vulcões muito mais do que um cone de fogo e que instigam o ser humano a conhecê-los e formular interpretações tanto científica, quanto misticamente.

Religião

Muitas crenças rodeiam os vulcões. No arquipélago de Vanuato, no oceano Pacífico, aldeias têm suas rotinas e raízes extremamente ligadas aos vulcões da região. A história desse povo é marcada por catástrofes naturais e, por isso, esse povo pode ser reconhecido pela resiliência. Ademais, na aldeia de Endu, há uma cultura muito rica e presente entorno do vulcão da Ilha de Ambrym. Porque, seu povo crê que existem espíritos dentro do fogo e que as erupções representam sua fúria. Segundo a tribo, seus membros vão para a cavidade após a morte. Além disso, na ilha sul de Vanuato (Tanna), outra tribo crê em um messias, análogo a Jesus Cristo para os cristãos. Trata-se de John Frum, um americano que desceu das nuvens e prometeu voltar carregado de bens para a aldeia. A tribo acredita que John Frum mora no vulcão e que este, representa um portal para os Estados Unidos.

Ciência

A fixação por vulcões também pode vir do lado científico. Por esse motivo, muitos pesquisadores e vulcanologistas aceitam o risco e se expõem a uma cratera com explosões constantes de gás, rochas e lava. Além dos riscos iminentes, as condições do local das instalações são geralmente inóspitas, como no caso do monte Erebus na Antártida, com temperaturas extremamente contrastantes entre o vulcão e o clima. Sendo assim, cientistas fazem isso para captar imagens e dados a fim de compreender essa poderosa estrutura. Katia e Maurice Krafft foram um casal de cientistas famosos e apaixonados por vulcões. Dessa modo, sua fama se deu pelas corajosas fotos extremamente próximas da cavidade. Entretanto, essa coragem teve seu preço e o casal morreu atingido por um fluxo piroclástico (erupção de gases, cinzas e rochas).

Katia e Maurice Krafft

Política

Vulcões também têm relevância no âmbito político. O “Códex Regius” (ou códice real) é um manuscrito medieval islandês, considerado a “alma do País”. Nele existem também textos e poemas antigos contando histórias importantes da época. Um desses textos descreve uma visão apocalíptica do fim dos deuses pagãos como uma analogia à uma erupção:

“O sol se obscurece, a terra afunda no mar, dos céus caem claras e brilhantes estrelas. São arrancadas sob violenta fumaça e a chama que alimenta a vida até que o fogo sobe ao próprio céu. Ali do alto, mantendo todo o poder, um poderoso senhor governa todas as terras. Então, chega o negro dragão (…). Carrega os corpos dos homens em suas asas. Agora, ele volta às profundezas.”

Na Coréia do Norte, o monte Paektu (vulcão inativo), é considerado o berço mitológico da nação coreana. Sendo assim, peregrinações ao monte são feitas com frequência e imagens do ditador com a paisagem do Paektu ao fundo são espalhadas pelo país. Além disso, nas escolas, crianças aprendem a adorar o monte desde cedo com uma canção.

Lago do Paraíso, cavidade do vulcão Paektu
Autor: Bdpmax

Autor: João Victor Menezes

Para mais sobre vulcões leia: Havaí: A nova Pompeia?

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