A erosão é o conjunto de processos que culmina na remoção física (erosão mecânica) ou química (erosão química) dos materiais pelos agentes de transporte. Essa remoção, que é natural, inevitável e contínua, contribui para a evolução do relevo, pois ela sempre está moldando e modificando a dinâmica das paisagens, além de renovar o solo.
Cuidado! Não confunda erosão e intemperismo! Ambos são processos exógenos ou externos, contribuindo assim para a formação do relevo. Estão diretamente ligados, porém não são semelhantes. O intemperismo, através de uma série de fatores, desagrega e decompõe o material rochoso, de modo que a erosão o remove. Em suma, o intemperismo prepara o material para a erosão.
Processos Erosivos
Os diferentes agentes de transporte originam e classificam os processos erosivos, dessa forma, ocorrem as erosões:
- Eólica, provocada pelo vento;
- Glacial, provocada pelo gelo;
- Hídrica, provocada pela água, e inclui erosão pluvial (água da chuva), erosão marinha ou abrasão (água do mar), e erosão fluvial (água dos rios);
- Gravitacional, provocada ela gravidade;
Esses processos atuam de maneira específica, sendo responsáveis por produzir feições associadas.
Erosão antrópica existe?
Sim, porém de maneiras diferentes. Há uma discussão levantada sobre as áreas urbanas e as construções civis. Até que ponto os processos erosivos são antrópicos? Por exemplo, é comum em épocas chuvosas, nos depararmos com estradas destruídas por conta do desmoronamento do material inconsolidado. O transporte deste material é provocado pela ação das chuvas, sendo assim, um processo erosivo pluvial. O agente erosivo é água, mas no entanto, é acelerado pelo homem com a construção de uma estrada, assim como outras alterações antrópicas.
Já no que se refere à mineração, por exemplo, o ser humano diretamente remove e transporta o material rochoso, então ele é o responsável pelo processo erosivo e modificação do relevo.
Quais fatores afetam a erosão?
Os processos erosivos são afetados pelos aspectos naturais da região, tais como o clima, que se altera em índices pluviométricos, temperatura, umidade, quantidade de ventos e incidência solar, e a altitude. Em áreas altas há mais possibilidade do processo erosivo, enquanto em áreas mais planas há mais tendência de sedimentação (acúmulo de materiais). A presença de vegetação contribui como um agente atenuante, pois ela recobre o solo, e dessa maneira cria uma espécie de barreira e firmeza para o desgaste.
E quais são as consequências?
Os processos erosivos, como dito anteriormente, moldam as paisagens, formam feições associadas, e também são responsáveis por alguns fenômenos.
A água pode escoar superficialmente e subsuperficialmente, de diferentes formas, variando de acordo com sua intensidade e seu grau de destruição/construção no solo. Por exemplo, quando há um escoamento superficial concentrado, ocorre a formação de caminhos preferenciais, formando no solo sulcos erosivos, que são estratificações deixadas no solo pela erosão fluvial, conhecidos como “caminhos d’água”, e ravinas, que consistem em buracos maiores, causados pelo transporte exagerado de sedimentos e pela alta suscetibilidade do solo a se desagregar da sua rocha-mãe. Já quando há um escoamento mais profundo, subsuperficial concentrado, ocorre a formação de voçorocas, que são buracos bem grande, como uma evolução das ravinas, que podem atingir até o lençol freático.
A erosão gravitacional ocasiona os chamados “Movimentos de Massa”, que levam em conta a natureza do material, e a velocidade e natureza do movimento. Movimentos de solo, detritos, fragmentos, grandes blocos e lascas de rochas, incluindo o gelo, ocorrem de forma rápida ou lenta. Estes são: rastejos, corrida de massa ou de lama, corrida de detritos, quedas, tombamentos, rolamentos, escorregamentos translacionais e rotacionais, avalanches.
Vale ressaltar que os escorregamentos ou deslizamentos sofrem, muitas vezes, indução antrópica, resultando em grandes desastres.
Como evitar a erosão?
A erosão, por ser um processo natural, não pode ser evitada, mas, sobretudo em áreas urbanas, pode ser controlada para evitar transtornos e desastres, através da colaboração da sociedade e ações proativas do poder público.
Assim, não retirar a cobertura vegetal, assim como não construir em morros íngremes, e consequentemente a preservação das encostas, minimiza os efeitos da erosão pluvial e fluvial, criando uma barreira de proteção para a erosão eólica. Ademais, há também técnicas como o terraceamento (técnica de construir terraços, degraus nas encostas dos morros) e o cultivo em curvas de nível (cultivos alternados nas diferentes altitudes dos morros).
Dessa forma, a erosão, em conjunto com o intemperismo, deixa registros, nos contando a história do local, através da paisagem.
Autor(a): Millena Menezes Marques
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