O fenômeno natural, conhecido como mineralização de carbono, trata-se da reação de rochas do interior da Terra. Ao emergirem para a superfície, reagem com o dióxido de carbono da atmosfera, absorvendo e transformando-o em rocha. Esse processo passou a ser alvo de pesquisas como instrumento para ajudar a combater o aquecimento global e vêm atraindo cada vez mais interesse.
Peter B. Kelemen é geólogo do Observatório Geológico Lamont-Doherty, da Universidade Columbia, em Nova York. Ele passou mais de 20 anos estudando rochas em Omã, na Península Arábica. Essas, além de formar belas paisagens, são constituídas grandemente de uma rocha ultramáfica chamada peridotito. Ela se forma à quilômetros abaixo da superfície terrestre e, quando em contato com dióxido de carbono, forma minerais sólidos como o calcário e o mármore.
Apesar destas formações rochosas serem especiais, elas não são únicas. Fenômenos semelhantes, em menor escala, são encontrados no norte da Califórnia, em Papua-Nova Guiné e na Albânia, entre outros lugares.
Cientistas afirmam que, se fosse possível dominar este fenômeno natural, acelerando-o e aplicando-o com baixo custo e em larga escala, as rochas poderiam remover da atmosfera bilhões de toneladas do dióxido de carbono – principal gás poluente responsável pelo aquecimento global – emitidas pela humanidade desde o início da Era Industrial.
Como as rochas podem ajudar no aquecimento global?
Enquanto alguns pesquisadores veem essa ideia como não sendo loóica ou economicamente inviável, Kelemen estuda hipóteses para tornar real o processo de captura direta do dióxido. Uma delas seria perfurar poços em pares e bombear água com CO2 dissolvido em um deles. Desse modo, na medida em que a água entrasse em contato com as rochas, o carbonato seria formado. Quando atingisse o outro poço, a água, agora livre de CO2, seria bombeada para fora. O processo pode ser repetido várias vezes.
Problemas de utilização e soluções
De maneira mais simples, poderia ainda, moer as rochas e espalhá-las, para expô-las ao ar. No entanto, a operação necessária teria de ser feita em larga escala. Sendo assim, seria uma operação caríssima de realizar, além de causar devastação de paisagens e emitiria grandes quantidades de CO2. Dessa forma, isso levou os pesquisadores a pensarem na hipótese da reutilização de rochas que já foram extraídas e esmigalhadas para outras funções. Por exemplo, poderiam ser utilizados os dejetos dos processos de extração mineral.
Kelemen ressalta que este é apenas um dentre vários processos de aprisionamento de carbono que podem ajudar na luta contra o aquecimento global. “Seria um grande erro pensar que estaríamos à procura de apenas uma coisa que resolvesse tudo”, diz ele.
Autora: Alice Franco
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