Províncias Aquíferas Brasileiras: uma riqueza do Brasil
O Brasil é o país que possui a maior disponibilidade de água potável (12% em relação à água disponível no mundo). Sendo assim, é uma potência econômica mundial em relação a disponibilidade hídrica. Ainda mais, das províncias aquíferas brasileiras, a maioria se encontra no Norte do país e a quantidade restante distribuída entre Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A tabela abaixo contém informações sobre a distribuição hídrica pelo país.
Uma parte do Nordeste sofre com escassez de água principalmente pelo seu clima semiárido e também pelas constantes secas. Dessa forma, é necessário que haja a conscientização do uso, armazenamento e preservação da água para que assim seja mais fácil de garantir acesso a toda população.
Além disso, a Agência Nacional de Águas- ANA acompanha a situação da quantidade de água e realiza o monitoramento hidrometeorológico a partir da operação contínua da Rede Hidrometeorológica Nacional, que é de extrema importância para a gestão das águas. A Agência levanta dados importantes que acompanham o volume das águas superficiais e subterrâneas, a capacidade de armazenamento de reservatórios e as precipitações de chuvas.
As Províncias Aquíferas Brasileiras
Primeiramente, vamos entender o que são as províncias aquíferas. Basicamente, as águas subterrâneas tinham que ser classificadas, porém não seria interessante utilizar a mesma classificação das bacias hidrográficas.
A saída então foi agrupar essas águas de acordo com suas características de circulação, armazenamento e qualidade de água. Abaixo, conhecermos um pouquinhos mais sobre as dez províncias aquíferas que temos no Brasil.
Província Escudo Setentrional
É caracterizada pela pouquíssima informação hidrogeológica, por meio de pesquisa é possível perceber que os aquíferos Boa Vista, Tacatu e Grupo Roraima e Beneficente sãos os mais promissores, os quais são formados por arenitos finos, médios e grosseiros.
Ademais, o Aquífero Boa Vista é constituído por camadas de argila, com poços os quais apresentam vazão média de 30m³ por hora.
Província Amazonas
Os principais aquíferos nessa província são correspondentes aos depósitos arenosos: Formações Solimões, Içá e Ater do Chão. Eles apresentam índices de produtividade relativamente bons em áreas como Belém, Ilha de Marajó, Santarém e Manaus (Alter do Chão), Rio Branco e Porto Velho (Solimões).
Província Escudo Central
Devido à falta de informações hidrogeológicas, acredita-se que os aquíferos promissores correspondem aos arenitos proterozóicos. Assim como, as rochas fraturadas do Embasamento também apresentam possibilidades, devido à alta pluviosidade da área.
Província Parnaíba
Essa Província apresenta três sistemas aquíferos principais: Poti-Piauí, Cabeças e Serra Grande. Além disso pode-se destacar os outros menores: Codó, Sambaíba, Corda e Itapecuru os quais pertencem a bacia sedimentar Parnaíba.
Província São Francisco
É predominante aquíferos fraturados cársticos, como por exemplo a Chapada Diamantina e Bambuí. O Bambuí é composto por metassedimentos, em sua maioria de natureza carbonática.
Província Escudo Oriental
Consta de duas subprovíncias: Nordeste e Sudeste. Nela predominam rochas cristalinas, sendo o meio aquífero caracterizado pelas fissuras e diáclases interconectadas resultantes dos esforços tectônicos sofridos.
Província Paraná
Nela possui os aquíferos com maior potencial no Brasil, como o Aquífero Guarani, Bauru-Caiuá, Serra Geral, Furnas, Ponta Grossa e Aquidauana.
Província Escudo Meridional
Situa-se no extremo sul do país, caracterizando-se por aquíferos restritos às zonas fraturadas das rochas cristalinas. Essas rochas possuem idades que variam entre o Arqueano e o Proterozóico Superior.
Província Centro-Oeste
É subdivida em quatro subprovíncias: Ilha de Bananal, Alto Xingu, Chapada dos Parecis e Alto Paraguai. Elas são localizadas na região Centro-Oeste do País, no trecho onde se destaca uma cobertura fanerozóica pouco espessa. Em contrapartida, apenas a subprovíncia Alto Paraguai dispõe de dados hidrogeológicos, os quais permitem localizar os aquíferos mais produtivos na cobertura cenozoica.
Província Costeira
Corresponde à extensa faixa litorânea do País, a qual vai do Amapá até o Rio Grande do Sul, sendo dividida em nove subprovíncias: Amapá, Barreirinhas e São Luis, Piauí/Ceará, Potiguar, Rio Grande do Norte/Paraíba/Pernambuco, Alagoas/Sergipe Recôncavo-Tucano-Jatobá/Chapada do Araripe, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, Rio Grande do Sul.
Diferença entre Província Aquífera e Bacia
Apesar de parecem muito sinônimos, existem alguns aspectos que diferenciam as províncias aquíferas brasileiras das bacias hidrográficas brasileiras. Abaixo, cada um dos termos é explicado.
Província
São sistemas de armazenamento porosos que são formados por rochas sedimentares. Elas ocupam cerca de 42% do território nacional. Essas províncias são divididas em dez das quais estão representadas na figura abaixo:
Bacia
É uma área delimitada por divisores de água onde ela capta e escoa a água para o rio principal. O rio principal é referente ao nome da bacia, como por exemplo o rio Amazonas, que é correspondente a Bacia Amazônica. Em resumo, o empilhamento estratigráfico dessas bacias permitiu o desenvolvimento de sequências intercaladas de formações com elevadas porosidade e permeabilidade com formações de menor permeabilidade, de forma a originar sistemas alternados de aquíferos e aquitard/aquiclude.
E quem gere toda essa água?
Para que toda essa água tenha um monitoramento e um responsável no Brasil, os estados possuem órgãos para a gestão da água. Esse controle é realizado através de autorizações para a utilização dos recursos hídricos em cada Estado e com isso também a fiscalização desse uso. Ademais, os órgãos gestores devem controlar a quantidade da água explorada e sua qualidade.
Primeiramente, esses órgãos fazem parte da estrutura do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, a SINGREH, e atuam de forma integrada e articulada com os demais do Sistema.
Em segundo lugar, eles podem ser organizados de diferentes maneiras, tais como entidades autônomas como a agência ou autarquia. Porém, em sua maioria, eles se organizam como administrações diretas dos Estados como a secretarias específicas ou órgãos dessas secretarias.
Portanto, é muito importante que haja esse controle e fiscalização para que tenha o uso consciente desse recurso mineral e assim evitando a escassez. As províncias aquíferas brasileiras, proporcionam manutenção da fauna e da flora, além de ser necessária para atividades agropecuárias, abastecimento de cidades, construção de usinas hidrelétricas e atividade agropecuária.
E aí, gostou de entender mais sobre a divisão geológica de toda a água que temos em terras brasileiras?? Para entender sobre sua regulamentação, você pode acessar esse texto.
Autor(a): Gabriella Marinho
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1 comments on “Províncias Aquíferas Brasileiras: uma riqueza do Brasil”
Adorei o conteúdo!