Durante muito tempo, algumas ciências como a meteorologia e a geologia, reduziam-se seus estudos ao planeta Terra. Entretanto nos vivenciamos uma melhoria e um aumento de número de informações e a de imagens acerca de outros planetas, satélites e diferentes corpos cósmicos. O que por consequência possibilitou que essas disciplinas ampliassem seus estudos para os outros planetas e satélites do Sistema Solar, até mesmo em alguns corpos extrassolares. Assim surgiu a planetologia comparada, com o objetivo de estudar os processos físicos que ocorrem e ocorreram nos diferentes astros. Entretanto antes de compreender melhor a planetologia comparada em si, vamos entender melhor sobre o nosso sistema solar e a formação do nosso universo.
A estrutura e a formação do Universo
A teoria mais aceita na comunidade científica sobre a criação do universo é a teoria do Big Bang. Que por sua vez sustenta que o universo foi criado pela explosão maciça de uma única partícula que gerou todas as outras. Com base nos estudos da Relatividade de Albert Einstein, George Lemaître desenvolveu matematicamente a teoria de expansão e Edwin Hubble comprovou que as galáxias estão se afastando uma as outras e que quanto mais distantes mais rapidamente se afastam.
Cada galáxia são compostas por bilhões de sistemas solares em órbita elíptica ou espiral de um grande buraco negro central. Além disso, a organização do universo se dá pela maneira que as galáxias se distribuem no espaço. Elas geralmente se encontram em pares ou grupos que variam de 2 a 12 galáxias ligadas por suas forças gravitacionais. Esses grupos de galáxias se encontram em aglomerados ainda maiores formados por centenas de galáxias num diâmetro de 10 a 20 milhões de anos-luz.
O nosso sistema solar
Os sistemas solares são formados por uma estrela e os corpos cósmicos que estão no campo gravitacional dessa estrela. O nosso sistema solar é formado por uma estrela média, chamada sol. Assim como por satélites , inúmeros asteroides, meteoritos, cometas, planetas anões e o espaço interplanetário. Bem como por 9 planetas: Vênus, Mercúrio, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Embora, por muito tempo, Plutão tenha sido considerado unanimamente um dos planetas do nosso sistema solar, hoje sua classificação como planeta ou planeta anão ainda divide muitas opiniões na comunidade científica.
A matéria presente no sistema solar se concentra 99,85% no Sol. Enquanto os planetas correspondem a apenas 0,135% da massa. Curiosamente Júpiter possui a massa maior que a soma de todos os outros planetas do sistema solar. Por sua vez todas os satélites, cometas, asteroides, meteoros e o espaço interplanetário juntos não chegam a corresponder 0,02% da massa do sistema solar.
Os planetas e outros corpos cósmicos, em sua maioria, giram na mesma direção em torno do sol, em órbitas elípticas. Todavia o sistema solar, como um todo, orbita em volta do centro da nossa galáxia, a Via Láctea (disco em espiral com 200 biliões de estrelas).
O que é a planetologia comparada?
A planetologia comparada é um ramo da ciência espacial que visa estudar como vários tipos fenômenos análogos que se manifestam em diferentes corpos cósmicos. A fim de compreender os mais importantes processos formação comportamento e evolução destes corpos. Embora existam mais pesquisas relacionadas aos corpos do sistema solar, também existem muitos trabalhos de planetologia comparada com exoplanetas.
Dentro os campos de pesquisa da planetologia comparativa estão a geologia, a física atmosférica, a hidrologia e a física magnetosférica. Bem como os fenômenos físicos, químicos e morfológicos estudados nessas ciências. Além disso, já existem pesquisas que almejam estudar astrobiologia, através da busca de evidências de vida extraterrestre.
Porque comparar os planetas é importante para compreender esses planetas e a Terra?
O estudo comparado dos planetas e corpos celestes são de extrema importância para a compreensão dos corpos cósmicos. Uma vez que os pesquisadores encontram grande dificuldade para a obtenção de informações dos corpos extraterrestres. Além de ainda ser praticamente impossível e muito caro realizar trabalhos de campo que possam examinar-los. Por isso a comparação usando como base os processos já caracterizados na Terra, auxiliam na compreensão dos outros astros.
Por outro lado, a compreensão dos processos dos outros corpos (incluindo os fora do sistema solar) podem fornecer exemplo adicionais. Que são utilizados como contra-exemplos para os processos terrestres, que auxiliam na compreensão do nosso planeta.
A geologia na Planetologia Comparativa
A geologia junto com a física atmosférica/meteorologia são os principais campos de pesquisa da planetologia comparada. Por sua vez, a física atmosférica é estuda tanto nos planetas gasosos quanto nos rochosos, mas sobretudo nos gasosos. Descobriu-se, por exemplo, que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter é um enorme anticiclone. Essa caracterização só foi possível com comparações de imagens de satélites de ciclones na Terra.
Enquanto isso, os estudos geológicos comparados são muito importantes na compreensão dos planetas rochosos e nos satélites dos planetas. Hoje em dia, se sabe que todos os planetas terrestre do nosso sistema solar e alguns satélites (como a Lua, por exemplo) são compostos majoritariamente por silicatos que envolvem núcleos de ferro. Por sua vez, Plutão e algumas das grandes luas dos planetas gasosos possuem mais gelo do que material rochoso, mas mesmo assim ainda são considerados corpos rochosos.
As mais diversas áreas da geologia são utilizadas pela planetologia comparativa. Entre elas estão: vulcanismo, estudo de crateras de impactos, tectonismo, geomagnetismo e a geoquímica. Além disso ela possibilitou a gente a conhecer um pouco mais sobre a composição da crosta do outros planetas e astros. O que, para muitos, pode possibilitar um dos futuros da mineração. Saiba mais sobre isso no nosso texto: “A Conquista Mineral do Espaço”.
Caso tenha interesse em saber mais sobre planetologia comparada. Você pode acessar esse link (em inglês) com uma série de artigos da revista Nature sobre planetologia comparada.
Autor: Paulo Pardini
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