O chumbo é um elemento de ocorrência natural obtido principalmente da Galena (PbS). É um material bastante resistente a corrosões e, devido ao seu baixo ponto de fusão, é um material maleável e que pode ter diversos usos.
Sua emissão pode ocorrer tanto naturalmente, quanto antropogenicamente. Naturalmente, ele decorre das emissões vulcânicas e da erosão de algumas rochas. Antropogenicamente, decorre da emissão de gases vindos da queima de combustíveis fósseis e do descarte inadequado de resíduos contendo o material.
Apesar de ter grande importância econômica, é importante ressaltar que, com a intensa ação do ser humano, o chumbo pode trazer diversos malefícios. Assim, tanto o meio ambiente, quanto os seres humanos são diretamente afetados. E é sobre esses dois lados da moeda que abordaremos no texto a seguir!
A importância econômica do chumbo no mundo
O chumbo é um importante elemento que pode ser utilizado de diversas maneiras na sociedade. Na medicina ele é muito conhecido como protetor de raios X, amplamente usado em coletes de radiologistas. Além disso ele pode ser usado como pigmentação em tintas, esmaltes e maquiagens. Bem como em armamentos como munições e alguns explosivos.
O chumbo é um metal tóxico?
Diariamente, estamos em contato com o chumbo, podemos nos contaminar inalando, ingerindo e até mesmo em contato da nossa pele. Absorvido em grandes quantidades pode afetar todos os órgãos, inibindo a ação do cálcio, prejudicando enzimas, síntese de proteínas, DNA e RNA.
O chumbo em si já é presente em nosso corpo, principalmente nos ossos. Entretanto com a dinâmica de exposição mais dieta, podemos elevar consideravelmente os teores de chumbo em nosso sangue.
Apesar de poder ser expelido principalmente na urina, essa excreção ocorre de maneira bem lenta o que, com o fato dele ser acumulado e com a ação do tempo, os níveis podem ser bem elevados. Somados com a desconhecida meia-vida em nosso organismo, a longa estadia em nosso corpo pode ser fatal.
Famosas mortes por chumbo
Cândido Portinari
Candido Torquiato Portinari, famoso artista plástico brasileiro, produziu obras como O Lavrador de Café e o painel Guerra e Paz. O prestigiado artista foi diagnosticado com saturnismo e, como recomendação, seu médico lhe proibiu de usar pigmentos ricos em chumbo, como o branco de prata e o amarelo de Nápoles.
Desse dia em diante, o então pintor passou a escrever versos. Com o tempo e contra a recomendação médica, Portinari voltou a pintar com as tintas tóxicas, tendo diversos casos de dores abdominais e hemorragias digestivas.
Em 1962, o artista foi convidado a participar de uma exposição de 200 telas em Milão. Com incessante e frenético trabalho, Portinari agravou seu quadro e em fevereiro desse mesmo ano, faleceu.
Ludwig van Beethoven
É comprovado, pelo Centro de Estudos Beethovianos da Universidade da Califórnia, que o famoso compositor de diversas sinfonias foi morto pelo chumbo. A contaminação se deu por pelo menos 20 anos, há 2 hipóteses plausíveis para a causa da contaminação.
Uma delas diz que as tubulações no século 19, eram revestidas de chumbo para evitar ferrugens, assim o fluxo de água pode ter carregado partículas do material, o que deixava um gosto na água. A outra diz que os potes de cerâmica que armazenavam vinhos eram revestidos por um verniz à base de chumbo, o qual, em contato com a bebida produz acetato de chumbo, que pode ter sido ingerido junto ao vinho.
Quais os cuidados necessários com esse mineral?
Com todos esses históricos de problemas de saúde e mortes, é de suma importância que se tenha consciência de não usar produtos a base de chumbo. Tenha certeza que o produto a ser comprado, principalmente esmaltes, batons etc, não tenha chumbo em sua composição, busque sempre marcas confiáveis.
Se realmente for necessário utilizar, busque um profissional. Mas, ainda assim, se for usar por conta própria, manuseie com um certo cuidado. Nunca exponha o produto diretamente à pele, leia o rótulo e use proteção, como luvas e máscaras.
Além disso, nunca use soldas a base de chumbo, uma vez que, com a ação de chuvas, o elemento pode ser lixiviado e entrar em contato com a pele. O mesmo vale para tintas, na hora de pintar a casa. Em caso de contato, não deixa de procurar um médico para recomendações do que pode ser feito.
Autor: Juan Pedro
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