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O transporte e a coleta de amostras

Coleta de amostras de materiais.
 

Por muitas vezes, ao encontrarmos algum recurso mineral em nossa propriedade não sabemos como proceder. Uma dificuldade enfrentada está em como fazer essa coleta de amostras, seja ela de rochas ou minerais, para assim, destiná-la para uma análise. A coleta de uma amostra e o seu transporte pode influenciar nos resultados encontrados, sendo de extrema importância tomar certos cuidados.

Uma coleta adequada, seja com o objetivo de descobrir o seu potencial econômico, fazer um ensaio de beneficiamento ou uma análise mais detalhada, desempenha papel importante na confiabilidade dos resultados. Na realização de uma análise química ou de uma análise granulométrica, por exemplo, uma coleta correta traz consigo melhores resultados.

No texto de hoje, falaremos de algumas técnicas de coleta de amostras de rochas e minerais. Além disso, abordaremos como elas devem ser transportadas até o local de análise, facilitando na realização dos testes e obtenção de resultados confiáveis.

Afinal, o que é uma amostra?

Amostra é uma porção reduzida de um corpo ou população infinitamente maior, que resume em si mesma determinadas características do todo. Para que ocorra esta representatividade, é preciso adotar critérios e métodos que permitam manter os erros intrínsecos de cada etapa, desde a coleta da amostra até a interpretação dos dados, dentro de limites aceitáveis e controlados. A obtenção de uma amostra se dá através de um processo de amostragem.

Amostragem

Imagem apresentando amostras de m
Coleta de amostras de minério. Fonte: FINANCIAL TRIBUNE

Segundo Góes et al. (2004), a amostragem é um processo de seleção e inferência, uma vez que a partir do conhecimento de uma parte, procura-se tirar conclusões sobre o todo. Esse conjunto de operações que constituem a amostragem nos levam a obtenção de uma amostra representativa. Dessa forma, a representatividade de uma amostra ocorre quando propriedades como constituintes mineralógicos, teor dos diversos elementos, distribuição granulométrica, massa especifica, entre outros, estimadas com base nessa amostra, apresentem uma variabilidade estatisticamente aceitável.

Em outras palavras, a amostragem consiste na retirada de quantidades “semelhantes em massa” de material, que são chamados de incrementos, de um todo que se deseja amostrar, para compor a amostra global, de tal forma que essa seja representativa do todo amostrado. Uma amostra é, por muitas vezes, a reunião de vários incrementos.

A amostragem pode ser dividida em 3 etapas:

  • Planejamento;
  • Coleta;
  • Quarteamento, homogeneização e análises.

Nesse texto, o foco será auxiliá-los nas etapas de planejamento e coleta das amostras, visto que a etapa de quarteamento, homogeneização e análises é realizada pela nossa equipe de projetos. Leia mais sobre métodos de amostragem mineral no nosso texto.

Planejamento e Coleta de Amostras

Primeiramente, para realização da coleta é necessário um planejamento, que deve ser baseado na determinação da área a ser amostrada, nos recursos disponíveis, nas características do material, definição dos pontos de amostragem, e na massa necessária da amostra global para a realização dos testes de caracterização.

Em segundo lugar, na coleta das amostras, alguns recursos materiais são necessários, como: marreta e ponteira para retirada do material, caso necessite fragmentá-lo; pá de jardineiro para coleta das amostras; sacos plásticos para armazenar o material coletado; e material de identificação como etiquetas, fita crepe, pincel/caneta. Ademais, é importante ressaltar a importância de uso de equipamentos de proteção, como óculos de proteção e luvas, evitando possíveis acidentes durante a coleta.

Em terceiro lugar, no planejamento realizado para a coleta é importante avaliar a heterogeneidade/variabilidade da propriedade que se deseja investigar. Quanto maior o grau de heterogeneidade, maior será o número de amostras para garantirmos a representatividade.

Imagem referente a coleta de amostras.
Coleta de amostras. Fonte: Cetesb.

Coleta de Amostras de Rochas

Para a coleta de amostras de rochas é necessário, primeiramente, saber o que deseja analisar. Caso seja necessário realizar uma análise química, cerca de 1 Kg é suficiente, mas se o objetivo for a realização de ensaios geomecânicos, é necessário a retirada de um bloco de rocha para a extração dos corpos de prova.

Com o intuito de realizar coletas de rochas, alguns passos podem ser seguidos:

  1. Delimitar a área que se deseja amostrar e traçar uma malha de amostragem aproximadamente regular, adotando pontos de coleta regularmente espaçados. É importante obter uma amostra que seja o mais representativa possível, obtendo assim, uma amostra homogênea do espaço amostral;
  1. Com o auxílio da marreta e pá de jardineiro, coletar uma “porção” do material (incremento) em cada ponto de amostragem, eliminando a parte superficial. Na coleta de amostras de rochas é importante saber que a parte superior está intemperizada, e assim, não traz as características originais do material, sendo necessário a coleta de rocha sã. O mesmo é valido para a coleta de um bloco de rocha, sendo recomendado a extração do bloco de rocha em um afloramento que melhor represente a área amostral;
  2. Armazene os incrementos em um saco plástico, devidamente identificado, e lacre-o. Nessa etapa você terá sua amostra global;
  3. Prepare sua amostra para envio ao laboratório de análise. Envie todas as informações relevantes, como localização, fotos, descrição da área amostral. Todas essas informações podem ser importantes na análise global da sua amostra.
Esquema de malha de amostragem regular.
Esquema de malha de amostragem regular.

Coleta de Amostras de Minério

Para a coleta de amostras de minério o procedimento é semelhante ao de rocha;

  1. Delimitar a área que se deseja amostrar e traçar uma malha de amostragem aproximadamente regular, adotando pontos de coleta regularmente espaçados;
  2. Coletar um incremento em cada ponto de amostragem, eliminando a parte superficial. Na coleta de amostras de minério, assim como na coleta de rocha, é necessário a retirada de um material não alterado para uma análise satisfatória;
  3. Armazene os incrementos em um saco plástico, devidamente identificado, e lacre-o.
  4. Prepare sua amostra para envio ao laboratório de análise, e envie todas as informações relevantes referentes a amostra.

Coleta de Amostras de Minerais

No caso de um mineral, a coleta vai depender do objetivo desejado, tendo técnicas destrutivas e não destrutivas. Dessa forma, se o objetivo for somente a sua identificação, sem a sua destruição, pode ser feito uma descrição macroscópica, identificando o mineral pelas suas propriedades físicas como hábito, cor, traço, dureza, magnetismo, entre outros. Decerto, é recomendado que o mineral esteja o mais puro possível, bem cristalizado, com suas faces bem formadas.

Para uma análise mineralógica destrutiva, temos a Difração de Raio-X (DRX). Já nesse caso, o mineral não precisa estar bem cristalizado, mas é bom que não tenha muitos contaminantes, facilitando na análise dos resultados obtidos no DRX.

Para análise de sedimentos de corrente, como é o caso da areia, é necessário fazer coleta em pontos estratégicos como início, meio e fim da área de ocorrência, e em profundidade, permitindo avaliar a heterogeneidade do material, visto que é um material transportado, e com isso, sua granulometria ao longo do percurso é variada. A análise preliminar realizada na areia é sua análise granulométrica, classificando de acordo com o uso desejado. Para a coleta de amostras de areia para uso como agregado na construção civil, assim como para sua redução para ensaios laboratoriais e classificação, temos normas brasileiras que nos auxiliam:

  • NBR NM 26/2009: Agregados – Amostragem;

Esta Norma estabelece os procedimentos para a amostragem de agregados, desde a sua extração e redução até o armazenamento e transporte das amostras representativas de agregados para concreto, destinadas a ensaios de laboratório

  • NBR NM 27/2001: Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório.

Esta Norma estabelece as condições exigíveis na redução da amostra de agregado formada no campo, para ensaio de laboratório.

Foto de amostras de minerais.
Imagens macroscópica de minerais. FONTE: IG Unicamp.

Transporte de amostras

O transporte de amostras também é uma etapa importante, pois devemos ter certos cuidados a fim de evitar perda de material, contaminação, ou até quebra em caso de transporte de minerais.

Existem vários métodos de transportes para deslocamento das amostras. Para todos eles devem ser tomadas algumas precauções. Entre eles podemos destacar o transporte por correios, sendo necessário que, as amostras estejam dentro de sacos plásticos resistentes, além disso devem ser colocadas em caixas apropriadas para garantir maior resistência a choques mecânicos.

Ademais, as amostras também podem ser transportadas pelos funcionários da empresa ou pelo próprio contratante. Ainda assim, os cuidados para isolamento da amostra devem ser mantidos e para isso, é importante armazená-las em sacos resistentes para evitar abertura, rasgo ou perfuração do saco plástico.

Amostras em sacos plásticos para envio ao laboratório. Fonte: CBambiental.
Amostras em sacos plásticos para envio ao laboratório. Fonte: CBambiental.

As análises? Deixa com a gente!!

Durante a coleta, tenha muito cuidado com sua segurança e com possíveis contaminações. Assim sendo, ma boa amostra é aquela que seja representativa, não se esqueça disso! Uma coleta bem feita nos permite fornecer resultados mais satisfatórios.

Autora: Thaís Fonseca

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