Com os recentes rompimentos nas barragens de Fundão em Mariana no ano de 2015 e em Brumadinho no começo de 2019, o tema mineração virou centro de várias discussões. Porém, para entender todas as informações que chegam, é necessário ter ciência de alguns conceitos. Dentre estes, o que causa maior curiosidade é em relação ao que são os rejeitos de mineração. Sabendo do que se tratam, é possível entender quais são as suas principais consequências para a população e se existem formas de reaproveitá-lo.
Por que o rejeito existe?
Toda atividade de mineração busca aplicar métodos para aproveitar o máximo do minério e atender demandas do mercado internacional. Assim, é necessário o emprego de técnicas com o objetivo de separar o minério do material sem valor econômico.
Esses processos visam padronizar o tamanho dos fragmentos e aumentar a qualidade e concentração relativa do mineral que será comercializado. A essa fase é dada o nome de beneficiamento mineral. O rejeito nada mais é que o produto dos procedimentos executados nessa fase de separação do minério.
Características dos rejeitos
As características físicas e químicas, assim como a variação mineralógica dos rejeitos, dependem muito do minério explorado e do tipo de beneficiamento a qual foi submetido. Entretanto, o rejeito normalmente é composto por partículas provenientes de rochas que contém minerais pobres e aditivos derivados dos processos do beneficiamento. A maioria está presente em meio aquoso, que é adquirido através do uso nas diferentes etapas do beneficiamento do minério.
Quando formados por grãos de areias, a granulometria do rejeito é mais grossa e são denominados rejeitos granulares. Em vista disso, esse tipo é altamente permeável e de fácil sedimentação. Porém, o tipo de rejeito mais comum é aquele com a granulometria mais fina, composto por silte e argila. Eles são adensados em forma de lama, de onde vêm o aspecto característico.
Qual é o impacto dos rejeitos
Como já citado, a composição mineralógica varia de rejeito para rejeito. As principais empresas mineradoras declaram que os rejeitos não são tóxicos e/ou corrosivos. Entretanto, alguns pesquisadores afirmam que encontraram pequenas concentrações de elementos tóxicos na lama de Brumadinho, em especial, cromo, chumbo e arsênio. O grande desafio é saber de onde surgiram esses elementos, ou seja, se foram utilizados de alguma forma na mineração ou incorporados durante o trajeto que a lama tomou.
De qualquer forma, o principal risco para a população está na ingestão de água ou animais que tiveram contato com esse rejeito. Apesar de não causarem danos imediatos, se esse tipo de contato for contínuo pode trazer consequências futuras para as pessoas.
Assim, a melhor forma de conter riscos é evitando tragédias como as que aconteceram. Para isso, as empresas mineradoras devem ter ciência da enorme responsabilidade social que possuem, aplicando investimentos em segurança na mesma proporção. Para saber mais sobre a disposição de rejeitos em barragens leia aqui.
Reaproveitamento
Outra dúvida bastante recorrente é se os rejeitos podem ou não ser reaproveitados. Apesar dessa prática ainda não ser muito explorada pelas empresas, ela é possível. Recentemente, algumas iniciativas apresentaram alternativas viáveis para o uso do rejeito. A principal delas é a reutilização na construção civil. Para ser aproveitado como tal, o primeiro passo é separar os materiais com diferentes densidades. Dessa forma, os mais leves como areia e argila podem ser usados como matéria prima.
As principais utilizações são na construção de blocos pré-moldados para pavimentação, artefatos cerâmicos como tijolos de vedação e, até mesmo, na pigmentação de tintas. Leia mais sobre os métodos alternativos para as barragens e sobre o reaproveitamento dos rejeitos aqui.
Autor: Luan Meireles
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