O futuro da mineração de ferro na Guiné

Simandou é uma cordilheira localizada no sudeste da Guiné (região montanhosa e arborizada de Guinée Forestière), que abriga o Projeto Simandou, uma das maiores minas de ferro a céu aberto do mundo. A região é conhecida por possuir o maior depósito mundial de minério de ferro de alto teor ainda inexplorado, comparável em qualidade ao minério extraído pela Vale em Carajás.
Nos últimos anos, várias mineradoras e multinacionais demonstraram grande interesse em explorar essa área. Entretanto, as concessões para a exploração só começaram recentemente, em 2024. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, anunciou ter obtido todas as aprovações necessárias para iniciar a exploração da gigantesca jazida de ferro. A empresa relatou um aumento nos embarques da commodity no segundo trimestre de suas operações na Austrália e confirmou que todas as exigências regulatórias da Guiné e da China foram atendidas para o investimento no depósito de Simandou.
Apesar desse avanço, o BTG Pactual adotou uma postura cautelosa em relação ao desenvolvimento do projeto, devido aos inúmeros obstáculos enfrentados ao longo do tempo. O banco projeta que a extração de minério de ferro começará apenas em 2026, com um atraso de um ano em relação ao previsto, e que a capacidade máxima de produção será alcançada somente em 2030.
Além disso, o BTG Pactual ressaltou que “os desafios desse projeto não devem ser subestimados”, especialmente considerando a instabilidade regulatória enfrentada pela Guiné, agravada por um golpe militar ocorrido em 2021.
O minério de ferro de Simandou tem um potencial significativo para impactar o mercado global, principalmente devido à sua alta qualidade. Nos últimos anos, o minério de alto teor (‘high-grade’) tem se tornado cada vez mais valorizado, pois é essencial para processos de produção de aço mais sustentáveis, algo em que as siderúrgicas estão apostando fortemente para reduzir suas emissões de carbono.
Além de sua importância econômica, o projeto de Simandou também tem preocupações ambientais. A mineradora espera, por exemplo, reduzir a produção de óxido de alumínio em comparação com estimativas anteriores, devido a interrupções no fornecimento de gás em suas operações de refino no leste da Austrália.
Autora: Isabela Siqueira de Magalhães
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