Quando pensamos em lava, vem sempre a mesma imagem à cabeça. Entretanto, você sabia que as lavas não são todas iguais? Elas nem sequer escorrem sempre.
Tipos de lava
Os tipos mais comuns de magma (esse é o nome da lava antes de ela chegar à superfície) se dividem em dois grupos principais.
Magmas básicos
Os básicos são os que geralmente imaginamos. Eles escorrem incandescentes por longas distâncias até esfriarem e formarem rochas negras.
Magmas ácidos
Já os magmas ácidos são bem diferentes. Eles são tão viscosos que tem dificuldade mesmo para sair dos vulcões. Sem conseguir escorrer, eles acabam entupindo esses montes. Assim, vão acumulando gases e rocha derretida até a pressão se tornar tão alta que eles explodem!
Quando a lava ácida esfria, as rochas que surgem têm cor cinza bem clara. Além disso, magmas ácidos são mais frios, com apenas 700 a 800 ºC, enquanto os básicos passam de 1000 ºC.
Como isso acontece?
Diferentes tipos de lava surgem a partir de um processo chamado diferenciação magmática. Quando as rochas fundidas sobem do interior do planeta em direção à superfície, frequentemente elas ficam armazenadas em grandes câmaras subterrâneas por algum período de tempo.
Nesses locais o material, que é uma “grande sopa” de elementos químicos, vai resfriando lentamente. Da mesma maneira que a água tem uma temperatura para ficar sólida (0ºC), a margarina tem outra (cerca de 30 ºC) e o ferro também (cerca de 1500 ºC), os componentes dessa sopa líquida se solidificam em temperaturas distintas.
Assim, nessas cavidades da crosta, o resfriamento leva alguns minerais a solidificarem. Aos poucos o líquido vai perdendo alguns “ingredientes”, os quais passam a fazer parte dos minerais.
Os componentes da lava
Os principais são os elementos ferro e magnésio, justamente os maiores responsáveis pela formação de minerais escuros, conhecidos no jargão como minerais máficos. A perda desses elementos leva ao aumento da concentração de sílica (SiO2). Todo esse processo se chama cristalização fracionada.
Magmas básicos têm elevado teor de ferro e magnésio e entre 45% e 52% de sílica, enquanto os ácidos possuem pouco ferro e magnésio e acima de 66% de sílica. O baixo teor de ferro e magnésio leva a formação de grande quantidade de minerais claros, chamados na ciência de minerais félsicos. Por isso, as lavas ácidas não formam rochas pretas, mas sim cinzentas. Além disso, é a grande quantidade de sílica e a menor temperatura que tornam as lavas ácidas muito viscosas.
A diferenciação magmática também pode ocorrer por outros métodos, como a partir do derretimento das rochas da crosta que entram em contato com o magma quente ascendente. Outro fator para termos lavas distintas é a origem das rochas que derreteram para compô-las. Por exemplo, a fusão de rochas do manto terrestre origina magmas basálticos, enquanto a fusão de rochas da crosta continental gera magmas riolíticos. Às vezes, o magma nunca chega a se tornar lava, virando rocha completamente sólida dentro das câmaras na crosta. O granito é uma dessas rochas.
Se interessa por vulcões? Leia mais em Vulcões: ciência, religião e política
Autor do texto: Francisco Militão
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