A Geoquímica é uma vertente da ciência geológica, cujo objetivo é estudar a química do planeta Terra. Assim, fazendo uso de leis que regem a química propriamente dita, além de outros equipamentos que auxiliam na prospecção (veja aqui), ela é capaz de identificar a localização e a abundância de determinados elementos na crosta terrestre. Portanto, a Geoquímica auxilia na busca de depósitos de minérios e os minerais farejadores são muito importantes nesse processo, como veremos ao longo do texto!
Vale ressaltar que os elementos químicos têm certas regras de comportamento. Sendo assim, é provável que em ambientes geológicos semelhantes certos minerais, na maioria das vezes, estarão acompanhados de outros que apresentam afinidade geoquímica entre si. Com isso, surgiu o conceito de minerais ou elementos farejadores, que dizem respeito àqueles que apresentam propriedades particulares e são mais facilmente identificados em um levantamento geoquímico. Ademais, eles ocorrem associados ao mineral que realmente está sendo buscado pela prospecção a fim de iniciar o processo de mineração deste.
Portanto, hoje mostraremos para vocês alguns exemplos de minerais farejadores e com quais minerais eles têm maior afinidade!
Alguns elementos farejadores
Para identificar possíveis lavras de minério, alguns elementos farejadores auxiliam nesse trabalho. Podemos destacar os seguintes:
- Arsênio (As): É 20º elemento mais abundante da crosta terrestre. O principal sulfeto de arsênio, a arsenopirita (FeAsS) é comumente encontrado associado ao ouro (Au-As) e a prata (Ag-As) localizado nos foliões hidrotermais e por isso é considerado um importante indicador para prospecção desses minerais;
- Cobre (Cu): é considerado um elemento farejador de depósitos de níquel (Ni) por produzir padrões geoquímicos mais claros. Ele também está associado a depósitos de platina (Ni-Cu-Pt-Cr);zir padrões geoquímicos mais claros. Ele também está associado a depósitos de platina (Ni-Cu-Pt-Cr);
- Vanádio (V): é um metal que sempre está combinado com outros elementos na natureza. Compõe a formação do mineral vanadinita (Pb5(VO4)3Cl). Ele é considerado um mineral farejador de Urânio quando este está localizado em um depósito calcrete. Esse depósito é sedimentar e superficial onde o carbonato de cálcio se liga a outros materiais como carbonato de magnésio e argilas.
A relação de alguns elementos farejadores de depósitos minerais
Como foi visto, a alternativa de utilizar minerais farejadores para encontrar depósitos minerais específicos, vem da dificuldade de identificar o elemento que compõe o minério. Esse empecilho se dá, muitas vezes, pelo trabalho árduo que seria interpretar os dados de determinados minerais, ou seja, suas propriedades geoquímicas e analíticas. Como exemplo de minerais que apresentam dificuldade de identificação, se comparados aos seus elementos farejadores associados, podemos destacar o Níquel (Ni) e ouro (Au), conforme já foi exposto. A seguir, é apresentado uma tabela que corresponde a relação entre os minerais farejadores e o elemento do depósito mineral, bem como o depósito propriamente dito. É importante destacar, para maior entendimento e interpretação da tabela, que para os elementos de difícil identificação é atribuído a denominação de indicadores. Essas informações foram coletadas por meio de uma tese de doutorado da Universidade Federal do Paraná.
Portanto, pela tabela podemos observar que diferentes minerais farejadores podem auxiliar na identificação da presença de um mesmo elemento. Ademais, é importante destacar que os elementos farejadores podem ser diferenciar quanto ao depósito mineral que a substância identificadora está localizada.
Analisadores para elementos farejadores
Primeiramente, no mercado da mineração, algumas empresas vendem equipamentos que fornecem dados geoquímicos a fim de proporcionar a caracterização de elementos que compõe a região estudada. Com isso, o analisador por fluorescência de raio X (XRF) tem a função de identificar os elementos farejadores e consequentemente a proporcionar a descoberta de depósitos minerais que apresentam valor econômico.
Em segundo lugar, para entender melhor o porquê de utilizar os elementos farejadores vamos descrever uma situação. O equipamento XRF, não tem capacidade de suportar medições do baixo nível de ouro presente, na maioria das vezes, em amostras geológicas. Ademais, o espectro de energia de fluorescência do ouro sofre muita interferência de outros elementos podendo, consequentemente gerar distorção nos resultados da análise. A partir disso, os elementos farejadores passam a ser utilizados pelo XRF, com o intuito de fornecer resultados mais concretos para o estudo da região geológica.
Inegavelmente, observamos importância desses elementos farejadores que, em alguns casos, podem apresentar baixo valor econômico, mas não deixam de desempenhar um papel fundamental na prospecção mineral!!
Autor(a): Nathália Bueno
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