Minerais de Meteoritos
“Estrela Cadente”, um brilho tão rápido quando um piscar de olhos, mas que sempre é ligada a um pedido de alguém. Tal fenômeno é gerado ao ocorrer a entrada de um corpo na atmosfera terrestre. Quando este não toca o chão, é chamado de meteoro e é ele que normalmente se atribui a ideia de “Estrela Cadente”. Porém, existe um outro fenômeno quando o esse corpo toca o chão, sendo assim caracterizado como um meteorito. É a esse último caso que nos atentaremos daqui para frente.
Inicialmente, é interessante compreender qual ciência estuda tais corpos, a meteorítica. Esse nome deriva da palavra meteoro a qual possui origem grega. Essa ciência subdivide-se em algumas classes, sendo elas: hidrometeoros, fotometeoros, eletrometeoros e litometeoros. Essa última é a que nos atentaremos ao decorrer do texto.
Origem
A ampla maioria desses corpos originam-se na formação do sistema solar, como consequência desse ambiente caótico e conflituosos, por meio de muitos choques entre planetas e explosões de estrelas recém formadas. Para entender de maneira mais completa essas questões, recomendo assistir ao episódio de número 1 da série Cosmos (tanto na versão do Carl Sagan quanto da no Neil Tyson).
Atualmente, estes se localizam entre Marte e Júpiter. Segundo cálculos matemáticos, entre esses deveria existir um planeta, mas por conta alta gravidade jupiteriana, torna-se impossível que esses agregados se agrupem em corpo único, formando assim um cinturão de asteroides.
Nesse sentido, essa cadeia segue os fluxos orbitais de Júpiter e por isso em algumas situações a Terra pode cruzar por eles. Isso gera o fenômeno de chuva de meteoros, e quando esta chuva é de alta intensidade chama-se tempestade de meteoros.
O meteorito é um corpo de massa elevada que consegue ultrapassar a camada atmosférica e tocar o solo terrestre. Este pode dividir-se em alguns grupos de acordo com sua formação química, as principais denominações atribuídas são meteoritos rochosos, meteoritos ferrosos rochosos e meteoritos ferrosos. Mas o que caracteriza cada um deles?
Meteorito rochosos
Esses meteoritos são os mais comuns dos encontrados na terra, e apresentam característica similares a rochas vulcânicas. Essa classe subdivide-se entre aqueles que apresentam condrito e os que não apresentam. Dessa forma, os condritos são aqueles formados por olivinas e piroxênios, tendo uma alta idade e sendo proveniente de gotas de ferro líquido derretido.
Os condritos apresentam duas subdivisões, sendo elas:
- Estatios – aqueles que possuem ligas de ferro e níquel em sua composição.
- Carbonados – aqueles que apresentam carbono em sua composição.
Já os acondritos tem enormes quantidades de olivina, piroxênios e plagioclásios sendo majoritariamente formado por rochas 4,5 a 3 bilhões de anos tendo origem decorrente dos processos de aquecimento e reformulação, esse processo pode ocorrer nele mesmo ou em um meteorito a parte a originador de tal processo.
Meteoritos ferrosos
São aqueles que apresentam composição metálica e ocupam 5 % do total de meteoritos que adentram a Terra. Sua composição geralmente é a junção de ferro e níquel, mas em alguns casos também pode conter carbono enxofre e fósforo.
Meteoritos ferrosos rochosos
Já esses são aqueles que apresentam tanto estrutura rochosa quanto metálica e tem alta raridade, sendo provenientes do cinturão de esteroides. Possuem uma mistura de minerais silicatos, sendo os principais deles: olivinas, piroxênios, ferro e níquel.
Valor econômico dos meteoritos
Do ponto de vista unicamente químico e de suas composições, os preços dos meteoritos encontrados na Terra não seriam de grande valor. Como já foi citado, a maioria deles varia contendo quantias de olivinas, piroxênios, ferro, níquel, etc.
Entretanto, do ponto de vista comercial, a raridade, o tamanho, a formação e a beleza estética de alguns meteoritos, fazem com que possuam valores relativamente bem altos. Assim, os preços podem variar entre setecentos dólares a um milhão e meio de euros.
Brasil e a experiência com os meteoritos
Primeiramente, é importante destacar que a experiência brasileira com esses corpos é relativamente pequena. Isso se dá porque apesar de nosso grande território, nós apresentamos apenas 3 grandes registros de encontro de meteoritos. Essa contradição, dada a proporção territorial, entra em conflito com os encontrados nos EUA. Dessa forma, sugere-se uma dificuldade brasileira em identifica-los.
Nesse sentido, o maior meteorito já encontrado no Brasil foi o Bendegó que encontraram por acaso, quando um garoto de 15 anos viu a rocha e notou que ela era diferente das demais. Esse meteorito ocupava posição de luxo no Museu nacional, localizado no Rio de Janeiro mas esse espaço foi foco de incêndio. Entretanto, o meteorito conseguiu resistir. Ele é formado principalmente por níquel e menores quantidades de cobalto.
Outro meteorito encontrado no Brasil é o Putinga, localizado por um geólogo da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais). Este, por sua vez, teve um achado mais “calculado” que os demais. Isso porque o pesquisador, ao ouvir histórias sobre o condrito, buscou na região alguém que pudesse mostrar a ele esse objeto. Esse último deu origem a associação de meteoritos de Santa Catarina.
Como identificar um meteorito?
Bom, agora que sabemos o que são, de onde vem, e as histórias que os circulam é importante entender como reconhecer esses objetos siderais. Para tal, basta seguir o procedimento contido na imagem a seguir.
Ao analisar todas essas questões tiramos algumas conclusões, mas a principal delas é que o cosmos é incrivelmente surpreendente. Por isso devemos manter sempre a atenção as coisas que ela nos propõe, pois quem sabe não podemos até mesmo fazer um achado de vários milhões de euros? Bom, caso não consigamos ficar ricos com esse objeto vindo dos céus ao menos seremos capazes de ver a beleza desse incrível fenômeno.
Autor(a): Gabriel Henrique Lopes Silva
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