Mineração na África
O continente Africano conta com mais de 30,3 milhões de quilômetros quadrados e é o terceiro mais extenso, com 20,3% da área total de terra firme do planeta. Além disso, o continente possui a segunda maior população da Terra, correspondente a cerca de 900 milhões de pessoas.
A Geologia da África
Muito se discute sobre os problemas socioeconômicos, conflitos étnicos, subnutrição e doenças existentes na África. Porém, tendo em vista tamanha extensão territorial, é também importante olhar para o subsolo desse continente. África e América do Sul faziam parte de um supercontinente chamado Gondwana e, mesmo após a separação, é de se esperar que existam semelhanças geológicas entre os continentes. Portanto, o continente africano conta com grandes reservas minerais, cuja existência se deve à formação geológica antiga do local.
Depósitos minerais
O continente abriga cerca de 8% das reservas mundiais de petróleo e gás natural e, aproximadamente, 25% das reservas do planeta de Urânio, elemento importantíssimo na produção de energia nuclear. Além disso, o continente abriga importantes reservas de ouro, diamante, platina, cromo, manganês, fosfato, cobre, bauxita, zinco, ferro, antimônio, entre outros.
Países africanos
Egito
Atualmente, o Egito não conta com importante atuação do setor da mineração como catalisador da sua economia. Entretanto, no Egito antigo, a mineração tinha um importante papel, em que existia a extração de bens que seriam utilizados na produção de obras de arte, pinturas corporais e ornamentos. Dentre o que era extraído, destacam-se cobre, turquesa, chumbo, prata e como principal, o ouro. Apesar de ter na época um valor depreciado, a extração aurífera era muito presente no Egito antigo, contando principalmente com o uso da água como forma de separação ou técnica de filtração do que era encontrado.
Apesar de difícil acesso, o leste do Egito contava com várias das reservas mineirais presentes no país, principalmente na região do monte Sinai, a qual possuía minas que foram as primeiras a serem exploradas. O local mais importante do Sinai foi Serabit el-Khadim, onde foi erguido um templo para a divindade padroeira dos minérios, a deusa Hátor.
África do Sul
A África do Sul é considerada um dos países mais desenvolvidos do continente africano e possui vasta riqueza mineral, como reservas de manganês, vanádio, petróleo, diamante, ouro (maior produtor mundial), carvão e cromo. Em 2017, 60% das exportações do país foram representadas pela mineração, e, apesar desse grande potencial encontrado no local, a população não é devidamente beneficiada com as atividades mineradoras realizadas lá, o que é mais um dos fatores responsáveis pela pobreza econômica do povo sul africano.
Sendo um país desigual, a distribuição de renda na África do Sul é discrepante, além disso, no que diz respeito à mineração, prevalecem os casos em que estrangeiros se beneficiam das riquezas mineiras do país. Essa situação faz com que a população negra, que compõe 79% dos habitantes do país(2016), seja em sua maioria explorada e não se beneficie das riquezas presentes em sua nação, sendo 60% dos trabalhadores da mineração moradores de favelas, com salários menores que 600 dólares mensais.
Dessa forma, o crescimento da economia africana cria certa ilusão no que diz respeito ao quão beneficiada com isso é a sociedade local, visto que ainda é um país desigual cuja população continua a sofrer nas mãos do estrangeiro.
Congo
Na República democrática do Congo, encontram-se importantes reservas de cobalto. Elas concentram-se principalmente no norte do país. Nessa local, a mineração ocupa o posto de atividade mais importante no que diz respeito à quantidade de empregos gerados. Existe certa desigualdade em relação ao lucro das empresas detentoras dos direitos de compra do que é extraído com o lucro dos trabalhadores das minas. Apesar disso, as populações vivem em certa harmonia quanto à exploração. Nesse sentido, existe fiscalização da extração através da presença de milícias responsáveis por evitar o tráfico dos metais. Sendo assim, a mineração do cobalto, importante para a fabricação de aparelhos eletrônicos, é uma alternativa para a população, já que a mina é o maior empregador da região, sendo que mais de 50.000 mineiros ganham a vida na exploração de cobalto.
Serra leoa
Em Serra Leoa, predomina a extração de diamantes, em que existe a expressão “Diamantes de sangue”. Ela se refere ao diamante extraído em zonas de guerra. Nesse caso, a mineração foi utilizada muitas vezes para financiar grupos participantes dos conflitos, como uma moeda de troca para o tráfico de armas e outros instrumentos que possam ser utilizados no cenário de confronto.
Dessa maneira, esse sistema de extração é extremamente prejudicial a população uma vez que as pessoas são usadas como peões para contribuir com a violência. Pode-se dizer que há a transformação de crianças em “guardas treinados para matar”. Isso envolve trabalhadores em condições desumanas de trabalho. A realidade do país é triste e é até retratada em um filme chamado “Diamantes de Sangue”. Essa obra, estrelada por Leonardo DiCaprio, tenta mostrar como a extração se torna fonte de sofrimento e injustiça.
Visão Africana para o Setor da Mineração (VASM)
É notável a necessidade de alternativas para que a desigualdade e injustiça predominantes nesse meio sejam revertidas. Além de propostas que garantam a segurança dos trabalhadores e o uso sustentável dos recursos naturais, visto que reservas minerais são recursos finitos.
Dessa forma, têm-se a Visão Africana para o Setor da Mineração. Esse quadro de políticas criado conta com iniciativas de níveis regionais, continentais e globais. Seu objetivo é transformar o problemático setor de mineração da África, visando o desenvolvimento sustentável. Esse projeto conta com áreas de intervenção que podem ser responsáveis por transformar o setor de mineração em algo inclusivo e sustentável. Portanto, esse tipo de iniciativa pode ser uma esperança para a população africana no que diz respeito à saúde do setor mineral do rico e tão indevidamente explorado continente.
Autor: João Vitor Silvestrini.
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