Já imaginou uma mina sem operadores, sem riscos e com alta produtividade? É esse conceito, conhecido como mineração autônoma, que está sendo implantado hoje na mina de Brucutu, em Minas Gerais. Essa mina, da Vale, tem como objetivo maior se tornar a primeira mina totalmente autônoma do Brasil, e ser um exemplo de case de sucesso de implantação do sistema. Parece ficção cientifica quando vemos as máquinas tão rapidamente tomando espaço no mercado de gigantes, não é mesmo?
Mas agora, o que são essas tais minas autônomas e como elas funcionam?
As minas autônomas são minas que não trabalham com pessoas dentro de um determinado local. No caso específico da mineração, o local de extração não tem operadores e pessoas se movimentando em meio a máquinas de várias toneladas. Dessa forma, as máquinas “vivas” dominam a produção.
Os sistemas utilizados para automatizar uma mina desse porte são:
- GPS;
- Radares;
- Inteligência artificial.
As máquinas, nesse caso, têm certa liberdade associada ao seu sistema de inteligência artificial para decidir qual o melhor caminho a partir do ponto inicial e do ponto final programado. Além disso, elas estão programadas para realizar exatamente a atividade que deve ser feita e, dessa forma, conseguirem desempenhar aquele trabalho da maneira mais eficaz possível.
Ademais, elas contam com sistemas integrados de captação de dados de produtividade e manutenção em tempo real, tornando mais fácil a rotina de manutenções. Algumas máquinas como perfuratrizes autônomas já contam até mesmo com manutenções programadas, de maneira a facilitar e automatizar o máximo de processos possíveis.
E os operadores, o que acontece com eles?
Hoje, durante a implantação da automação na mina de Brucutu, os operadores estão sendo qualificados para ficarem responsáveis pelo controle do maquinário. Porém, esse processo é feito de dentro da sala de comando, sem contato direto e consequentemente, sem correr riscos.
O maior objetivo da automação na indústria mineira é reduzir ao máximo o risco às pessoas que tinham que entrar na mina, já que as máquinas têm um tamanho considerável. Para isso, as minas semi-autônomas, contam com sistemas de infravermelho. Esse sistema desliga automaticamente todo o maquinário caso haja a presença não esperada de uma pessoa dentro do limite de onde as máquinas operam.
De onde surgiu a ideia?
No Brasil, a primeira mina a ser totalmente automatizada, será a mina de Brucutu, porém, a ideia surgiu a partir da automação dos processos de beneficiamento, que já funcionam sem operadores locais e torna a produção com melhor gestão de qualidade e riscos.
Em 2008, uma mina em Miraí, já tinha todo o processo de automação do beneficiamento, que gerava também melhor controle sobre as manutenções que deveriam ser realizadas e geravam melhor resultado em menor tempo.
Sendo assim, após o beneficiamento ser um caso de sucesso, aliado ao constante medo de acidentes na planta de extração estar no cotidiano dos trabalhadores, a ideia passou a ser geral. Então, por que não automatizar todo esse processo e trazer mais facilidade e segurança para todos?
Quais são os outros pontos positivos que podemos citar?
Um sistema autônomo de transporte pode também levar a melhorias de produtividade. Um caminhão autônomo não precisa parar para pausas no almoço ou trocas de turno, ou seja, ele sempre funciona dentro dos parâmetros operacionais especificados, poupando o desgaste e melhorando a disponibilidade.
Contudo, se algo der errado, ele alertará o centro de comando na mina de imediato e fornecerá informações instantâneas de diagnóstico, ajudando a reduzir o tempo de inatividade do maquinário. O resultado de ter caminhões autônomos é uma mina mais segura, junto com uma operação de transporte mais previsível, mais eficiente e mais produtiva.
Você pode procurar este texto para conhecer mais sobre as inovações na área da mineração. Esse processo pelo qual estamos passando pode ser chamado de Indústria 4.0.
Autora: Gabriella Lorena
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