Microfósseis e Exploração mineral

Microfósseis são pequenos organismos, ou parte deles, que por algum motivo se preservaram por processos geológicos, permitindo estabelecer relações temporais de formação de rochas. Em processos de prospecção e exploração de algum recurso mineral, entender o período de formação das rochas se faz essencial. Sendo assim, o estudo de microfósseis se torna muito importante para a exploração mineral e pode gerar grandes informações sobre o passado.

Quais são os principais tipos de microfósseis?

A nomenclatura microfóssil é aplicada à fósseis de organismos que possuem dimensão entre 1 e 2 milímetros ou que sejam partes isoladas de organismos de tamanho superior. Porém, a micropaleontogia também estuda alguns fósseis com dimensões entre 4 e 5 milímetros.

Os microfósseis são divididos em alguns grupos, de acordo com a constituição química de cada um deles. Os principais são:

• Os microfósseis carbonáticos: carapaças de foraminíferos (organismo unicelular), valvas de ostracodes (organismo multicelular), espículas de esponjas calcárias (organismo multicelular), cocolitoforídeos (algas unicelulares), etc.
• Também possuem os microfósseis fosfáticos: elementos conodontes (dentículos 0,2 a 6mm constituídos de fluorapatita carbonática), pequeníssimos dentes de peixes, roedores, etc.
• Ademais, os microfósseis silicosos: radiolários (organismo unicelular), frústulas de diatomáceas (algas unicelulares), espículas de esponjas silicosas, etc.
• Por último, os microfósseis orgânicos: quitinozoários, pólen, esporos, cutículas vegetais, cistos de dinoflagelados, escolecodontes (estruturas do aparelho bucal de poliquetos), etc. Os especialistas neste grupo de microfósseis estão chamados palinólogos e compõem uma grande área de estudos chamada Palinologia.

Qual a sua relação com a mineração? 

Como já citado anteriormente, os microfósseis desempenham um papel muito importante na datação relativa das rochas, e é possível estabelecer comparações cronológicas. Isso se deve ao fato desses organismos surgirem e se extinguiram em épocas definidas. Ou seja, mesmo em rochas em locais distantes, é possível estabelecer essa relação temporal, pois apresentam o mesmo conteúdo fossilífero. Os microfósseis possuem papel fundamental especialmente na exploração de petróleo, carvão mineral e gás mineral. Através deles é possível, através da datação, entender o ambiente em que a rocha se formou e se esse ambiente era favorável ou não para a geração e armazenamento de hidrocarbonetos.

Os microfósseis na Amazônia

Estudos sobre micropaleontogia estão sendo realizados na região amazônica com o objetivo de datar as rochas sedimentares da região. A partir dos microfósseis, a datação dessas rochas sedimentares pode ser realizada de maneira mais precisa, propondo relações biostratigráficas entre as unidades geológicas. Esse estudo pode contribuir para um maior conhecimento das minerações em ambientes sedimentares, como por,  exemplo, depósitos de cobre, fosfato, e depósitos secundários de cassiterita. Além disso, esse estudo pode identificar se as rochas sedimentares da região tiveram origem de ambientes marinhos ou continentais, a idade e a ocorrência de depósitos minerais localizados em rochas sedimentares.

A exploração dos microfósseis para petróleo

Ao se procurar petróleo, são realizadas diversas perfurações em grandes profundidades, com o intuito de saber a idades das rochas no fundo oceânico. Para tanto, diversas metodologias são realizadas, entre elas o estudo dos microfósseis. O petróleo se localiza em determinadas camadas de rochas de determinadas idades, ou seja, sua localidade é bem específica. Essa pesquisa com microfósseis permite a reconstrução do ambiente onde ocorreu a sedimentação da rocha. Desse modo, é possível saber como era aquele local no passado, determinando por exemplo se aquele local era um mar, se era próximos costa, com muito ou poucos nutrientes.

A pesquisa de petróleo realiza a extração da amostra e o envia para avaliação em laboratório. Lá, a rocha recebe um ataque químico com o objetivo de pulverizar. Assim, os microorganismos se soltam da matriz petrográfica e são colhidos. Depois, o microscópico eletrônico de varredura analisa e é feita a identificação. A partir disso, e com o auxílio do conhecimento micropaleontológico, é possível descobrir as escalas de tempo geológico.

Autor(a): Gustavo Jansen

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