O lítio é conhecido por ser o elemento de símbolo “Li” na tabela periódica. Ele pertence à família dos metais alcalinos. Como os demais elementos do seu grupo, ele nunca ocorre em seu estado nativo na natureza! Isso porque ele é quimicamente ativo, sendo encontrado na forma de um mineral ou como um sal estável.
O metal pode ser isolado através da técnica de eletrólise do cloreto de lítio fundido, realizada pela primeira vez por Bunsen e Matthiessen em 1855. Sob condições normais de pressão e temperatura, é o mais leve dos metais, com o peso específico de 0,534 g/cm³.
A descoberta do lítio
Como esse elemento foi descoberto? Em 1817, Arfweson, um químico sueco o descobriu ao estudar o mineral petalita. O nome escolhido para batizá-lo deriva da palavra grega lithos, que significa pedra. Isto se deve ao fato de que, naquele tempo, acreditava-se que ele só ocorria nas pedras. Hoje, sabemos que a as principais fontes deste metal são os evaporitos (salmouras com alto teor de lítio), e as rochas ígneas.
Os compostos de lítio são obtidos nos minerais: espodumênio, lepidolita, ambligonita e petalita, que são aluminossilicatos de lítio.
Aplicações na indústria
O hidróxido e o carbonato de lítio são as principais formas em que este metal é usado industrialmente. Eles são derivados a partir da carbonatação e descarbonatação, respectivamente.
O hidróxido é aplicado na fabricação de um sabão que tem capacidade de engrossar óleos e, por isso, é muito empregado como lubrificante nas indústrias. Pode ser aproveitado também, junto do peróxido de lítio, para remover o dióxido de carbono e purificar o ar em ambientes fechados, como naves espaciais e submarinos.
Um uso muito formidável do lítio na forma de carbonato é na indústria farmacêutica, por exemplo. No Brasil e nos Estados Unidos, os sais de lítio têm aprovação para o tratamento de transtorno bipolar. Eles são utilizados por seus efeitos reguladores de humor, antimaníaco e, secundariamente, antidepressivo.
Uso em baterias
Muita gente sabe também que o lítio é usado na fabricação de baterias. Mas que propriedade o torna tão rentável? A resposta está no seu elevado calor específico, o maior de todos os sólidos. Assim é aplicado em operações de transferência de calor e, por causa do seu elevado potencial eletroquímico é aplicado como um ânodo adequado para as baterias elétricas.
Outras formas utilizadas
Enquanto isso, o óxido de lítio é um importante agente na indústria de cerâmicas e vidrarias. Ele é adotado como fundente para o processamento do dióxido de silício, reduzindo o ponto de fusão e a viscosidade desse material. Isso melhora as propriedades físicas de cerâmicas. Já o hidreto de alumínio e lítio é um agente redutor empregado na síntese de compostos orgânicos.
O lítio puro, por sua vez, é um componente comum nas ligas metálicas de alumínio, cádmio, cobre e manganês. Essas ligas são utilizadas na construção aeronáutica e estão sendo empregado com êxito na fabricação de cerâmicas e lentes.
Reservas brasileiras
Na crosta terrestre, o lítio encontra-se bastante distribuído e é muito pouco abundante, sendo-lhe atribuída uma percentagem da ordem de 0,004%.
As principais reservas lavráveis no Brasil estão localizadas em Minas Gerais. O estado possui reservas de espodumênio, ambligonita, lepidolita e petalita nos municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha. No Ceará, nos municípios de Quixeramobim (lepidolita) e Solonópole (ambligonita) ainda encontram-se em fase de análise.
Rotas de beneficiamento
Como dito anteriormente, a baixa concentração de lítio na crosta terrestre encarece os processos de beneficiamento do minério. Normalmente, a primeira etapa consiste na britagem para a redução granulométrica. Em seguida, faz-se a catação manual, a separação em meio denso e a separação magnética de alta intensidade.
Esse processo no Brasil
No Brasil, a produção industrial de compostos do metal é obtida diretamente do mineral espodumênio, posto que seu teor é de 1 a 1,5% de Li2O. A etapa inicial do processo para obtenção de carbonato e de hidróxido de lítio consiste na concentração do espodumênio. Além disso, o concentrado de lítio requer uma etapa específica de tratamento térmico (decrepitação).
Posteriormente, existem duas rotas principais para obtenção do carbonato e do hidróxido. A primeira consiste em sulfatar o concentrado de espodumênio decrepitado com ácido sulfúrico e lixiviá-lo com água para a posterior precipitação do carbonato. A segunda resume-se em calcinar o espodumênio com cal hidratada para a cristalização do hidróxido.
O futuro da mineração de Lítio no país
O futuro do minério no território brasileiro promete arrancadas surpreendentes. De acordo com o projeto de Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil, coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), as reservas brasileiras tiveram uma alta de 0,5% para 8%.
Por ser um mineral estratégico, altamente aplicado na tecnologia, isso é uma alavanca para o crescimento econômico do estado de Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha, onde foram encontradas 45 ocorrências da substância, sendo 20 inéditas. A ideia é não perder essa oportunidade e atrair novos investimentos. Além disso, é necessário se adiantar na demanda externa, inserindo a mineração num contexto de desenvolvimento sustentável e inteligente.
Autora: Isabella Gontijo
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