O geoturismo tem por atrativo principal o patrimônio geológico. Nele, as características geográficas estão em primeiro plano (e não apenas uma parte da paisagem). Dessa forma, o geoturismo é o turismo que permite o conhecimento e entendimento sobra a geologia e morfologia de um sítio, o que vai além de sua apreciação estética. Além disso, assim como o ecoturismo, ele promove os valores e benefícios sociais dos lugares, como a sustentabilidade do local e o bem-estar dos povos residentes.
Esse é um conceito foi criado por Thomas Hose e difundido na década de 90. É o mais novo quanto aos tipos de turismo da natureza e, por isso, é pouco conhecido.
História do Geoturismo
Em 1972, as nações reconheceram, por meio da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Unesco que é das respectivas responsabilidades a conservação, para o resto da humanidade e gerações futuras, os bens de valor excepcional situado dentro de seus limites territoriais, considerados como Patrimônio Mundial.
Depois disso, entre os desdobramentos relacionados à conservação do patrimônio natural e com a criação do conceito de geoturismo, houve o Primeiro Simpósio Internacional sobre a Proteção do Patrimônio Geológico (1991), na França. Foi ele que marcou o início da conservação do patrimônio geológico europeu e também da difusão através do geoturismo.
Com isso, surge em 1992 a Associação Européia para a Conservação do Patrimônio Geológico – ProGEO. Ela foi a base pra criação do programa Geoparks, da UNESCO, em 2004. Ele consiste em uma Rede Mundial de Geoparks, que consiste em uma plataforma de cooperação ativa de intercâmbio entre os parceiros de vários países.
E foi em 1997, que aconteceu a primeira reunião da Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos – SIGEP. A comissão tinha por objetivo organizar uma base de dados dos sítios geológicos e paleobiológicos relevantes do território nacional, a fim da conservação e preservação abiótica. Com ela, 154 sítios foram inventariados em todo território nacional.
Importância do Geoturismo
O geoturismo difere bastante do turismo predatório e comum. E a importância desse tipo de turismo é pautada nos seus princípios-chave, sendo:
Geoconservação
Entende-se por geoconservação todas as ações empreendidas no sentido de preservar a geodiversidade, com o objetivo da conservação e gestão do patrimônio geológico e dos processos naturais a ele associados. Os elementos da geodiversidade são: as rochas, solos e fósseis. Ela é também a base para a existência da biodiversidade.
Os patrimônios geológicos são histórias da Terra, desenhadas pelo tempo. Ele é o registro de milhões de anos esculpido em belos cenários. E, paralelo ao ecoturismo, a preservação do patrimônio natural abiótico é também de suma importância.
Informação geológica
No geoturismo, as pessoas interagem com o ambiente terrestre a fim de desenvolver seu conhecimento, conscientização e valorização deles. E, por isso, os meios interpretativos e educativos dessa atividade é fundamental. A história da terra não deve ser aprendida só pelos documentos, mas também da experiência do visitante. Ao mesmo tempo que ele oferece o aprofundamento sobre as origens do ambiente com base em informações geológicas, ele também constitui uma base para incluir pessoas no contexto das discussões e reflexões que tratam o conflito homem e meio ambiente.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é também um dos focos do geoturismo. Nele envolve promover a viabilidade econômica, a melhoria da qualidade de vida das comunidas e a geoconservação.
Beneficiamento local
A participação das comunidades locais na gestão da atividade é fundamental para o geoturismo. Além disso, o envolvimento dessa comunidade com os benefícios do geoturismo é um dos pilares desse tipo de turismo. Nele envolvem a geração de empregos e movimentação local da economia.
Geoturismo e a religiosidade
Esse tipo de turismo pode ter suas motivações ligadas à religiosidade. Nesses locais, sejam de montanha ou cavernas, é comum guardarem significados sagrados. Dessa forma, eles são transformados em templos para certo grupo social. E são marcados por peregrinações de fiéis ao longo da história. A veneração de montanhas, por exemplo, é tão antiga que pode ser datada desde a pré-história. Especialmente na China, muitos adoravam e adoram a natureza, principalmente rios e montanhas.
Da mesma forma, existem cavernas que são utilizadas para a manifestação da fé, sobretudo católica. Além disso, porém menos documentado, existem casos relacionados aos rituais de matriz africana. Sendo assim, esse lugares são venerados em diferentes civilizações por serem considerados lugares com energia vital.
Sendo assim, é possível dizer que as atividades geoturísticas, além de fomentar o desenvolvimento regional/nacional, mantendo uma estreita relação com a educação, também preserva o patrimônio imaterial da cultura de um grupo social.
Geoturismo em Minas Gerais
Gruta Rei do Mato
A Gruta Rei do Mato fica em Sete Lagoas é uma das mais visitadas do Estado. Ela possui 998 metros de extensão, porém apenas 220 metros são para visitação pública. Ela é uma gruta característica pelos seus espeleotemas, que são bastante incomuns e de beleza singular. Em um dos seus salões (Salão das Raridades), há duas colunas de cristal de calcita extremamente simétricas. Elas possuem certa de 12 metros de altura e 25 centímetros de diâmetro e são uma formação raríssima.
Gruta da Lapinha
A Gruta da Lapinha, localizada em Lagoa Santa, é uma das 7 maravilhas da Estrada Real e possui grande relevância geológica. Foi descoberta em 1835 e tem uma área de visitação de 511 metros. Nessa área, há também um desnível de 40 metros de profundidade, que são distribuídos em galerias e salões.
Essa gruta integra o Circuito das Grutas e é uma das portas para o Parque Estadual do Sumidouro, onde há sítios arquelógicos, cavernas e áreas de paragem de aves migratórias.
Gruta de Maquiné
A Gruta de Maquiné fica em Cordisburgo (120 km de Belo Horizonte) e tem sete salões a serem explorados, com 650 metros de amplitude e 18 metros de desnível. Esses salões são resultado do trabalho da água durante milênios, que formaram estalactites por toda sua extensão. Ela também é considerada o berço da paleontologia brasileira.
Mina da Passagem
A Mina da Passagem é a mais antiga mina de ouro do Brasil. Ela fica localizada a 5 minutos de Ouro Preto, em direção a Mariana. Nela, a decida para a mina subterrânea é feita de modo incomum, pelo trolley. O percurso tem 315 metros e chega a 120 metros de profundidade, onde há um lago de águas cristalinas, formado pelo aquífero que inundou quilômetros de túneis.
Autor: João Vítor Lasmar
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