Geologia de Fernando de Noronha
Fernando de Noronha é um pequeno arquipélago brasileiro, constituído por 1 ilha principal e 20 ilhotas. Hoje, um dos principais destinos turísticos do Brasil, Noronha foi descoberta oficialmente por Américo Vespúcio em 1503 e recebeu em 1504 o nome de um fidalgo português, Fernão de Loronha, a quem foi doado pela Coroa.
Um destino tão visado que foi ocupado pelos holandeses em 1612 e 1635-1654 e pelos franceses em 1736, passando até mesmo a se chamar Isle Dauphine. Mas como esse importante arquipélago foi formado?
Formação do arquipélago
Falando, geologicamente, essas 21 ilhas e ilhotas constituintes do arquipélago, representam o topo emerso de uma grande cadeia de montanhas. Sendo essa cadeia estruturada numa zona de fratura E-W do assoalho oceânico e formada por rochas vulcânicas e subvulcânicas, essencialmente alcalinas subsaturadas. Assim, tais estruturas são decorrentes de dois episódios vulcânicos distintos.
O primeiro episódio, representado pela Formação Remédios do Mioceno Superior, é constituído por depósitos piroclásticos na base, recortados por intrusões na forma de necks, plugs, domos e diques de rochas alcalinas subsaturadas. As rochas intrusivas variam entre composições básico-ultrabásicas (lamprófiros, tefritos, basanitos e basaltos alcalinos) a intermediárias (traquitos e fonolitos).
Enquanto que o segundo episódio, representado pela Formação Quixaba, do Plioceno Superior ao início de Pleistoceno (1,7 Ma= base do Pleistoceno), constitui um empilhamento de derrames de lava melanocrática ankaratrítica, depósitos piroclásticos subordinados e alguns diques de nefelinito.
Geologia de Fernando de Noronha
O arquipélago de Fernando de Noronha apresenta um relevo até modesto para uma ilha vulcânica oceânica. Em sua região central , devido à erosão da superfície esculpida em tufos e brechas vulcânicas em condições subaéreas, existe um baixo platô a cerca de 30 a 45 m sobre o mar.
A base dessa enorme formação vulcânica está a cerca de 4000 metros abaixo do nível do mar. O planalto central da ilha principal de Noronha é chamado de “Quixaba”, sendo cerceado por outras formações, tais como mostradas no mapa geológico abaixo:
Geosítios de Fernando de Noronha
De acordo com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), o arquipélago abriga 43 geossítios, 26 terrestres e 17 submersos. Os 26 geossítios terrestres foram divididos em 6 grupos, de acordo com os respectivos interesses:
Grupo 1:
1- Mirante Forte dos Remédios
2- Praia do Cachorro
3- Praia do Meio
Grupo 2:
4- Morro do Pico
5- Mirante Forte do Boldró
6- Pedreira do Boldró
7- Praia da Cacimba do Padre
8- Morro Dois Irmãos
9- Mirante da Baía dos Porcos
Grupo 3:
10- Mirante da Praia do Sancho
11- Mirante da Enseada dos Golfinhos
12- Ponta da Sapata
Grupo 4:
13- Mirante da Praia do Leão
14- Morro Branco
15- Mirante Ponta das Caracas
16- Mirante Forte São Joaquim
17- Baía de Sueste
18- Morro do Medeira
19- Pedreira de Sueste
Grupo 5:
20- Mirante da Atalaia
21- Enseada da Atalaia
22- Ponta da Atalaia
Grupo 6:
23- Mirante Buraco da Raquel
24- Ilha Rata
25- Ilha do Meio
26- Ilha de São José
Importância do arquipélago para pesquisas
O arquipélago é importante para diversas áreas de estudo, desde a geologia, história, biologia e até mesmo à arqueologia. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), existem cerca de 15 espécies possivelmente endêmicas do arquipélago, sendo que um deles está extinto: um roedor sigmodontine, Noronhomys vespuccii, citado por Américo Vespúcio.
Assim, pesquisadores do Brasil e do mundo vão ao encontro desse arquipélago para realização de pesquisas. Atualmente, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é uma unidade de conservação de proteção integral, inclusive há planos para ele se tornar mais um geoparque brasileiro. Se quiser saber mais sobre os geoparques não deixe de conferir esse texto!
Além disso, Fernando de Noronha guarda um patrimônio arquitetônico que conta a história de ocupação do arquipélago através das suas igrejas,casario e fortes. A beleza de Noronha tenha muita história para contar!
Autor: Juan Pedro
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