Minas Júnior Consultoria Mineral

A Geofísica e os desastres ambientais

Fonte:USP

A Geofísica pode ser entendida como a área da Geologia que estuda o planeta através dos fenômenos físicos. Ela se divide em dois ramos: a Geofísica Pura e a Geofísica Aplicada. A princípio, a Geofísica Pura busca fornecer informações para a compreensão da composição e estrutura do interior do planeta. Em contrapartida, a Geofísica Aplicada abrange métodos e técnicas que são utilizados em atividades práticas do ser humano. Exemplo dessas atividades é a prospecção de minérios, além disso, estudos de engenharia e estudos ambientais.

A Geofísica Aplicada, juntamente com técnicas tais como o Sensoriamento Remoto, tem a possibilidade de auxílio no controle e até mesmo prevenção de alguns desastres ambientais.

Mas, como esses estudos atuam no controle das alterações provocadas pelo homem no ambiente?

Como a Geofísica pode ajudar a evitar desastres ambientais

Buscando um maior alinhamento do tema, além de um maior direcionamento, vamos focar nossa discussão da geofísica aplicada nos desastres em barragens de rejeitos.

Nas barragens de rejeitos, o monitoramento geofísico é realizado por medições diretas e indiretas, através de equipamentos instalados e também por vistoria ocular. Dentre os instrumentos mais utilizados para o monitoramento, estão inclusos:

Por conta das medições desses equipamentos serem muito específicas, pode ocorrer facilmente algum erro na amostragem de uma região de fraqueza ou saturação na barragem.

Sendo assim, os métodos geofísicos podem agir como aliados buscando evitar falhas. A geofísica consegue gerar imagens em tempo real de dentro da barragem, apresentando uma maior eficiência em reconhecer algum tipo de problema no seu interior. Ainda assim, esse estudo é gerado de forma não invasiva ou prejudicial à estrutura, e tem o potencial de redução significativa da quantidade de equipamentos na barragem, que são necessários para alcançar o teto mínimo de segurança.

Ademais, através de métodos geofísicos, é possível identificar e focar os pontos de maior fraqueza ou interesse da estrutura, otimizando a segurança.

 

Como a Geofísica auxilia diretamente no resgate de desastres ambientais

A geofísica pode atuar como ferramenta para resposta, resgate e reestruturação após um desastre ambiental. Com o auxílio de ferramentas como o sensoriamento remoto, imagens podem ser geradas, mostrando um perfil do ambiente degradado. Isso disponibiliza as autoridades, além de uma rota de ação, uma melhor noção do impacto do desastre, otimizando a resposta e o resgate de possíveis vítimas.

Assim também, outras ferramentas tais como o GPR (sigla em inglês para Radar de Penetração no Solo)  também podem ser usadas. Esse equipamento foi utilizado recentemente no rompimento da Barragem de Feijão, em Brumadinho. Ele utiliza ondas de rádio em altíssimas frequências para obtenção de imagens em alta resolução, de modo a retratar o perfil do subsolo, localizando assim, estruturas, feições geológicas rasas e objetos enterrados. Ainda mais, o GPR é muito utilizado na exploração de recursos, mas também pode ter essa utilização humanitária.

Mapa: Barragem de Feijão após rompimento. Fonte: CENAD

 

Imagem de Satélite feita após o rompimento da barragem de Feijão, Brumadinho. Fonte: CNES

Atuação da geofísica nas diversas etapas de um desastre

A atuação das tecnologias geofísicas, em relação a desastres ambientais, tem como principal objetivo a prevenção, porém, suas ferramentas e estudo podem e devem ser aplicados em qualquer etapa desse evento. Como principais etapas têm-se:

 

Funcionamento do GPR. Fonte: KCI Technologies

O futuro dessas tecnologias

Lamentavelmente, desastres ambientais como o rompimento de barragens ainda acontecem. O nosso país possui tecnologias e pessoal qualificado em níveis equiparados aos países mais desenvolvidos. Mesmo assim, não é garantia que acidentes não ocorram no futuro. Sendo assim, através do uso correto das geotecnologias, como a Geofísica Aplicada será possível minimizar a frequência e impacto desses desastres.

É importante frisar, também, que os métodos geofísicos não substituem as medidas diretas, mas fornecem indicadores que vêm a auxiliar e aumentar a segurança e minimizar prejuízos financeiros e, principalmente, ambientais.

 

Autor(a): Gustavo Jansen

Gostou do texto? Confira outros conteúdos em nosso blog e conheça nossos serviços! Entre em contato conosco por meio de nosso telefone (31) 3409-1033 / (31) 97167-5141, e-mail minasjr@minasjr.com.br ou redes sociais facebook e instagram, e veja o que podemos fazer por você!