Geocronologia: Como Foi Calculada a Idade da Terra?

Hoje os cientistas afirmam que o nosso planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Mas como foi possível chegar nessa conclusão? No início dos anos 50, Clair Cameron Patterson iniciou seus estudos sobre. Ele, usando o método de datação por decaimento dos isótopos radioativos, foi capaz de estimar a idade da terra. Esse método sofreu poucas alterações. Sendo usado ainda hoje para descobrir a idade das rochas por meio dos elementos presentes nelas.

Como funciona a datação radioativa?

Sabe-se que os isótopos são átomos com o mesmo número atômico, porém com massas diferentes. Um isótopo, quando apresenta um núcleo atômico instável, começa a liberar partículas de radiação. Deste modo, decai para outro átomo, o átomo filho. O método de datação geocronológica pela meia-vida de radioisótopos baseia-se no estudo do tempo que um isótopo radioativo leva para decompor metade de sua massa radioativa. Esse tempo é chamado de meia vida do isótopo.

O Urânio

Sabe-se que o Urânio 238 (U 238 ) tem o núcleo instável e uma meia-vida de aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Metade dos átomos dele serão transformados em isótopos estáveis de Chumbo 206 (Pb 206) nesse período. Então é possível saber a idade de uma determinada rocha que contenha esses isótopos a partir de uma análise de sua proporção de Pb/U. Em termos práticos, se uma rocha possui 50% de seus átomos de urânio e 50% de chumbo, essa rocha passou por uma meia-vida. Então, essa rocha está decaindo fazem 4,5 bilhões de anos. Da mesma forma, se uma rocha apresenta 25% de Urânio e 75% de Chumbo, passaram-se duas meia-vidas, essa rocha está decaindo fazem 9 bilhões de anos.

A determinação da idade da terra

Patterson estudou a proporção de Pb/U presente em zircões retirados de fragmentos do meteorito Canyon Diablo. Com isso, estimou com uma boa precisão a idade da terra. Ele chegou 4,54 bilhões de ano, com um erro de apenas 1,5 pontos percentuais.

Sendo assim, até hoje os mesmos processos de datação são usados para datar as rochas de várias formações geológicas na terra. Isso possibilita um conhecimento maior acerca da história do planeta onde vivemos.

Em 2014, alunos da universidade de Wisconsin descobriram o material mais antigo encontrado na crosta terrestre. Desse modo, usando o método de geocronologia por Urânio Chumbo, a cristalização do pequeno fragmento de zircão, com apenas 400 micra de espessura (aproximadamente 4 fios de cabelo), encontrado em um afloramento na Austrália foi datada em 4,4 bilhões de anos atrás, apenas 200 milhões de anos após a formação do nosso sol. Portanto, esse estudo foi capaz de confirmar, mais uma vez, que as conclusões de Patterson estavam corretos.

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