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Estratificação: O que é?

 

A estratificação consiste na disposição característica das rochas sedimentares, em camadas ou leitos sobrepostos. Esta disposição resulta das condições de sedimentação, pois a sua variação e repetição origina estratos de diversa natureza. Os estratos diferem pela cor, pela composição mineralógica e pela granulometria.

Estas camadas podem ter espessuras variáveis: desde estratos menores que um centímetro até camadas com vários metros de profundidade. Não ocorrendo falhas ou dobras na rocha, a camada mais antiga será aquela que está mais abaixo, e a mais recente a que está por cima. Ademais, relacionado com este tema, estão os princípios da horizontalidade dos estratos e sobreposição dos estratos, ambos concluídos por Nicolau Steno.

Estratificação de rocha na Costa Algarvia.
Estratificações de rochas na Costa Algarvia, em Portugal.

 

Tendo sido explicado o que são as estratificações, um conceito importante para sua total compreensão é o das rochas sedimentares. Afinal a estratificação é observada e descrita nesse tipo de rocha. Mas afinal, o que são essas rochas sedimentares?

São rochas que se formam na superfície da crosta terrestre sob temperaturas e pressões relativamente baixas, pela desagregação de rochas pré-existentes seguida de transporte e de deposição dos detritos ou, menos comumente, por acumulação química. Conforme a natureza desse material podem ser detríticas ou não detríticas.

Possuem porosidade e permeabilidade, uma marcante estratificação e baixa resistência mecânica. São muito difíceis de polir e podem conter fósseis. Além disso as camadas de rochas sedimentares podem totalizar vários quilômetros de espessura. Com o conceito em mente é possível aprofundar nos estudos da estratificação.

Foto aérea do Grand Canyon, local onde estão algumas das estratificações mais famosas do mundo
Foto aérea do Grand Canyon, local onde estão algumas das estratificações mais famosas do mundo. Foto por Sojy John em Unsplash.

O estudo da estratificação

A estratigrafia, vem do latim stratum + grego graphia, é a descrição de todos os corpos rochosos que formam a crosta da Terra e sua organização em unidades mapeáveis distintas e úteis, com base em suas propriedades ou atributos intrínsecos, com vistas a estabelecer sua distribuição e relações no espaço e sua sucessão no tempo, e para interpretar a história geológica. A estratigrafia evoluiu bastante desde sua concepção. Atualmente a Estratigrafia de Sequências pode ser considerada o último grande avanço científico mundial.

 

E o que são os estratos?

Os estratos são conjuntos diferenciáveis nas rochas sedimentares limitados pelas superfícies de estratificação, que equivalem a uma unidade de tempo de depósito. Podem atingir vários metros, centímetros ou milímetros, mas geralmente a sua espessura é maior que 1 cm. No último caso, os estratos da ordem inferior a 1 cm (menor divisão reconhecível em rochas estratificadas que aparecem no interior das camadas) são produzidos durante a deposição e recebem o nome de laminação.

Estes são separados uns dos outros por superfícies planas designadas juntas de estratificação, ou por entre os estratos de litologias diferentes. Os estratos distinguem-se uns dos outros pelas características físicas, cor, composição mineralógica e granulosidade. Também o conteúdo de registos fósseis distintos de outras camadas, que as podem suceder (muro) ou preceder (tecto), pode indicar a idade da camada ou até mesmo o tipo de ambiente que originou aquela rocha.

Laminação de minerais pesados presente em estratificação do arenito, Chennai, Índia
Laminação de minerais pesados presente em estratos de arenito, Chennai, Índia. Fonte: USGS

 

Tipo de estratificação

 Existem vários tipos de Estratificação, iremos citar alguns em seguida:

  • Planar ou Tabular: os sedimentos depositam-se horizontalmente uns sobre os outros formando camadas paralelas;
  • Gradacional: apresenta-se, muitas vezes, rítmica, indicando ciclos que retratam sazonalidade (exemplos: sedimentos glácio-lacustrinos) ou retomadas do processo de transporte e deposição em que a corrente fica mais forte ou mais fraca com o tempo (exemplos: ritmos de correntes de maré);
  • Cruzada: tipo mais comum de estratificação, cujas camadas aparecem inclinadas umas em relação às outras, e em relação à atitude da formação como um todo, isto deve-se a variações na intensidade e/ou mudanças na direção do agente de transporte. Os contatos entre as camadas de diferentes inclinações geralmente indicam uma superfície de erosão. Ocorre em ambiente desértico e costeiro, exemplos: arenitos eólicos e arenitos fluviais.

 

E dentro da estratificação cruzada são reconhecidos vários tipos diferentes. Entre eles:

Tabular: quando as superfícies entre os sets (conjuntos de camadas com igual inclinação) são sub-paralelos e sub-horizontais entre si;

Festonada: quando os sets são separados por superfícies com concavidade voltada para cima;

Hummocky: os sets formam estruturas irregulares e convexas.

Desenho esquemático de Hammocky
Desenho esquemático de Hammocky. Direitos imagem: Sedimentology and Stratigraphy -Offshore Transition

 

Autor: João Felipe Benvindo Moreira

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