Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas pessoas que encontram minerais e rochas em suas propriedades, ou simplesmente são interessadas em colecioná-las, não sendo geólogos,engenheiros de minas ou técnicos em mineração, é a identificação. Neste texto falaremos sobre uma variedade de testes simples que podem ser feitos a fim de ajudar na identificação destes.
Você sabe a diferença entre uma rocha e um mineral?
É comum que haja confusões na hora de diferenciar um material do outro. Tanto as rochas quanto os minerais possuem valor econômico agregado, em áreas como a mineração, construção civil, indústria química e aplicações tecnológicas diversas. Mas o ramo da “gemologia”, onde se trabalha com o conceito de “pedras-preciosas” (gemas). Atrai muito a atenção do público em geral e principalmente dos colecionadores.
De forma simples, os minerais são sólidos homogêneos, formados por processos naturais inorgânicos, que possuem uma fórmula química definida (mas que pode variar dentro de alguns limites) e detém estrutura atômica regular. Já uma rocha corresponde a um agregado consolidados de minerais, formadas por diversos processos da dinâmica terrestre.
Podemos identificar minerais, segundo algumas de suas características: de natureza óticas (cor, brilho e traço) ou mecânicas (dureza, clivagem, fratura).
Por exemplo, o granito, uma rocha utilizada geralmente em acabamentos e em decorações, é composto essencialmente por minerais comuns, o quartzo, k-feldspato ortoclásio e muscovita. Podendo possuir alguns outros minerais em sua composição.
Quais são as características fundamentais na identificação de um mineral?
Existem milhares de tipos de minerais na Terra, entretanto a maioria é rara ou encontrada apenas em grandes profundidades na crosta. Portanto, às vezes basta a realização de dois ou três testes para reconhecê-lo como um dos mais comuns. É importante ressaltar que a análise das seguintes características deve ser feita em uma superfície fresca/recente exposta e não polida do material a se analisar.
1 – Observe a cor do mineral
Por mais que muitos minerais apareçam na natureza com variadas cores. Entanto, em algumas situações sua identificação é possível por meio da análise da cor, quando está é bastante característica. Ou com assistência de outras propriedades do mineral, quando não é o caso.
2 – Analise seu brilho
Se refere ao modo em que uma superfície não alterada do mineral reflete a luz. Assim, os minerais podem apresentar brilho metálico (reflete a luz de um jeito semelhante aos metais polidos, característico de minerais opacos), brilho submetálico (semelhante ao metálico, mas com menor intensidade, característico de minerais quase opacos) e brilho não metálico (característico dos minerais transparentes ou translúcidos). Esse último é subdividido em subcategorias:
BRILHO NÃO METÁLICO | |
Sedoso ou acetinado | Semelhante ao da seda |
Vítreo | Como o do vidro |
Adamantino | Intenso como o do diamante |
Nacarado | Semelhante aos das pérolas |
Resinoso | Lembra o brilho da resina |
Ceroso | Como o da cera |
Gorduroso | Lembra o brilho de uma superfície engordurada (folha de papel) |
3 – Tenha noção de sua dureza
Os geólogos utilizam a “Escala de Mohs” para fins de verificação da dureza. A escala vai de 1 a 10 e tem como referência minerais específicos.
Se o mineral riscar algo ou outro mineral de dureza 4 e não riscar o de 5. Significa portanto que o valor da sua dureza fica entre 4 e 5. Porém, é interessante fazer o teste inverso, tentar riscar o material a ser identificado, para melhor determinar a sua dureza.
4 – Verifique seu traço
Em primeiro lugar, é necessário que tenha sido determinado a dureza do mineral. Caso esta, seja abaixo de 7, é possível obter o traço com um pedaço de porcelana branca e fresca. Pode-se também utilizar a parte de trás de um azulejo de banheiro ou cozinha. Friccione o mineral na porcelana, verificando a cor do traço (ou risca) deixada por ele. Geralmente, a cor do traço é diferente da cor do pedaço de mineral.
5 – Quebre e veja como o mineral se divide
Muitos minerais apresentam um modo de se dividir, em função da estrutura interna que possuem. Assim, apresenta “clivagem” se a quebra resulta em uma ou mais superfícies planas. Ou apresenta “fratura” se a quebra não resulta superfícies planas (apenas curvas ou saliências irregulares).
6 – Tenha noção de sua densidade
É importante ter ao menos uma noção da densidade do mineral para poder diferenciá-lo de materiais plásticos ou até mesmo vidro, que possuem uma menor densidade. Geralmente óxidos e sulfetos são os minerais mais densos.
7 – Teste outras características
Caso o seu mineral se mostrar atraído por um imã, provavelmente trata-se de uma magnetita. Se ao pingar ácido clorídrico (HCl) 10% (nunca o utilize sem a devida orientação) sobre o mineral, e este reagir produzindo efervescência, possivelmente será um carbonato. Ainda, a elasticidade em micas, o sabor na halita, silvita ou calcantita, e o odor do enxofre são outras características válidas de se analisar. Pois muitas vezes são diagnósticas de determinados minerais, como os citados acima. Entanto os testes de sabor e odor, só devem ser realizadas, caso outras propriedades corroborem para o mineral em questão.
O que fazer com essas informações?
Após obter as características do mineral, podemos identificá-los com auxílio de tabelas que possuam a classificação sistemática adotada na mineralogia. Estas podem ser encontradas em livros de mineralogia ou em bancos de dados online como o Museu Heinz Ebert (UNESP). Porém é interessante conhecer as características dos minerais de ocorrência mais comuns: como o quartzo, os feldspatos,a hematita,a magnética, pirita, as micas e dentre outros. Uma vez que são encontrados com frequência e a identificação deles é relativamente simples. Além de sua características servirem de referência para determinação das propriedades de outros minerais.
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