Por definição, a meteorologia tem a finalidade de estudar e entender os fenômenos atmosféricos da Terra, como por exemplo, a climatologia.
Com a imprevisibilidade do clima, no que se refere aos fatores dinâmicos, houve a necessidade de adaptar a forma de entender a relação de produção no campo e a sua dependência com fatores de necessidade, o que inclui a umidade relativa do ar, índice pluviométrico, características dos ventos, temperatura, entre outras variáveis. Nesse sentido, o agronegócio acompanhou o desenvolvimento tecnológico da meteorologia, usando as previsões meteorológicas para se antecipar às necessidades do campo. Mas porque está cada vez mais difícil prever os acontecimentos climáticos?
O crescente desafio da análise meteorológica
Com a maior frequência de chuvas torrenciais, períodos de seca mais prolongados e aumento da temperatura média do planeta, a tomada de decisão humana no agronegócio ficou quase impossível sem o auxílio da meteorologia. Apesar desses aspectos ambientais se apresentarem como um problema, parece ser uma tendência com alta dificuldade de volta. Prova disso, são os trabalhos dos ganhadores do Nobel de Economia 2018, William D. Nordhaus e Paul M. Romer, onde correlacionaram o ciclo do carbono com a economia no mundo, verificando que as maiores potências do planeta, ainda são as que mais produzem poluentes atmosféricos. O fato é que se a prevenção das causas de problemas ambientais não acontece, é extremamente necessário alinhar a meteorologia ao agronegócio.
Outro ponto de vista importante, é que como as mudanças climáticas tem acontecido muito rápido, isso também impacta nas previsões meteorológicas, uma vez que a escalabilidade dos modelos numéricos de previsão, depende de dados passados para prever o futuro. Basicamente, se existe cada vez menos correlação com uma situação climática passada, a meteorologia depende cada vez mais de métodos não convencionais para prever condições futuras, como supercomputadores.
Instituto Nacional de Meteorologia
Sob a administração do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), foi fundado em 1909 com a nobre missão de prever os acontecimentos climatológicos no Brasil, através do monitoramento meteorológico.
O INMET faz levantamentos da precipitação pluviométrica, condições dos ventos, pressão relativa do ar, umidade relativa, além da coleta de imagens de satélites que auxiliam nas previsões climatológicas. O órgão é o principal responsável pelos levantamentos climatológicos no país e, portanto, parceiro essencial ao agronegócio.
Entre os principais serviços do INMET podemos citar:
- Avisos meteorológicos;
- Previsão do tempo;
- Imagens de satélites;
- Previsão numérica do tempo;
- Previsão climática;
- Monitoramento de precipitações e geadas;
- Mapas de balanço hídrico;
- Previsão para as capitais.
Agrometeorologia
A agrometeorologia, ou ainda, a meteorologia agrícola, é a parte da climatologia que se dedica a entender como os processos físicos da atmosfera influenciam na agricultura e pecuária. Essa especialização do ramo, é oriunda da necessidade de melhorias da confecção de planejamentos mais seguros, o que torna a técnica muito relevante para o campo.
Esse subcampo da climatologia produz, entre outras coisas, informações que auxiliam os produtores agrícolas na tomada de decisão e na previsão de demandas no campo, o que reduz significativamente perdas na lavoura.
A seguir temos alguns benefícios do uso da agrometeorologia no agronegócio:
- Desenvolvimento do calendário na aplicação de defensivos agrícolas;
- Condições melhores para entender a demanda do preparo do solo;
- Planejamento do controle de irrigação;
- Otimização dos métodos para evitar a propagação de pragas e doenças em plantações.
Com essas informações disponíveis, os agricultores podem definir o calendário de ações ao longo do ano com maior precisão, uma vez que conseguem presumir gastos e demandas em sua lavoura, mitigando os riscos de imprevistos e prejuízos não desejados, dado os inúmeros aspectos variáveis do clima e o melhor gerenciamento de recursos.
Estações Meteorológicas
As estações meteorológicas são estações personalizadas de levantamentos de dados que levam em conta o tipo de plantação e as características particulares da região.
Entre os dados coletados estão:
- Velocidade e direção do vento;
- Radiação solar global;
- Temperatura local;
- Umidade relativa do ar;
- Umidade do solo;
- Índices de precipitação.
As estações meteorológicas trazem mais assertividade às previsões climáticas devido a posição geográfica privilegiada no local estudado, o que melhora a assertividade na tomada de decisão no empreendimento agrícola. Entretanto, o uso das estações meteorológicas podem ser potencializadas com as técnicas da agrometeorologia no uso agrícola, pois especializam as técnicas de interpretação climatológica, abrangendo ainda mais, previsões de médio e longo prazo no decorrer do ano.
Mas afinal, o que os agronegócios ganham com a meteorologia
Em condições cada vez mais imprevisíveis do clima, a meteorologia tem um papel importantíssimo no desenvolvimento de estratégias para desenvolver um plano de negócio mais robusto dentro da agronomia. Com o uso cada vez maior de defensivos agrícolas, irregularidade de chuvas e médias de temperaturas maiores, um bom planejamento embasado nas informações meteorológicas são indispensáveis para a tomada de decisão no empreendimento, onde os seus principais ganhos são: se antecipar às intempéries climáticas e mitigar os seus efeitos negativos, ajustar o consumo de água e energia para a produção agrícola, além de possibilitar uma melhor gestão dos recursos disponíveis.
Conclusão
Segundo dados publicados no jornal G1 da Rede Globo de Comunicações, 30% do desempenho relativo à produção agrícola depende do clima. Além disso, o planejamento da produção agrícola está em função de um bom entendimento dos comportamentos meteorológicos.
Portanto, entender os aspectos climatológicos para auxiliar o planejamento através dos dados meteorológicos é de fundamental importância para uma boa produção agrícola. Assim, relacionar as informações geradas em órgãos como o INMET, pode ser uma boa estratégia para auxiliar em uma boa análise eficiente do negócio.
Autor: Guilherme S. Prado
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