Cavernas são toda a cavidade natural, geralmente rochosas que permitem o acesso de seres humanos.
As cavernas oferecem muitas informações científicas e também podem ser exploradas do ponto de vista turístico e cultural.
Os profissionais que estudam as cavernas são chamados de espeleólogos. A espeleologia, além da geologia, também engloba as áreas da biologia, arqueologia e paleontologia.
As principais diferenças entre os locais subterrâneos estão ligadas às suas origens, e processos de formação. As cavernas são cavidades naturais rochosas, como citado acima, podendo variar sua topografia, comprimento e forma. Já a gruta é um determinado tipo de caverna, predominantemente horizontal, com mais de 20 metros de comprimento, não sendo possível sua travessia de uma extremidade a outra.
Cavernas em Calcários
Grande parte das cavernas são encontradas em zonas de rochas carbonáticas, como mármore e calcário. São formadas através da ação corrosiva e erosiva da água que percola pelas rochas. A água da chuva é a principal responsável por auxiliar na formação dessas cavernas, porque o dióxido de carbono que é absorvido pela água ajuda na formação do ácido carbônico diluído, que solubiliza o calcário.
Essas cavernas podem ser acessadas pelas entradas formadas pelas águas que fluem por ela, mas podem ser tortuosas, estreitas e íngremes, porém são os acessos mais comuns as cavernas calcárias.
Quando as cavernas alcançam áreas maiores, há o risco de não suportarem o peso das rochas acima, podendo gerar o desmoronamento do teto da caverna e provocar o surgimento de dolinas (sinkholes) na superfície.
Cavernas em Arenitos e quartzitos
Os arenitos são rochas sedimentares clásticas e sua estrutura é composta basicamente por grãos resistentes, na fração de areia, que são formados durante o intemperismo e erosão de outras rochas e arenitos. Seus principais componentes são quartzo, feldspato e fragmentos de outras rochas. Por conta disso, sua variação composicional depende da área-fonte desse material.
Os quartzitos são rochas metamórficas originadas do metamorfismo de arenitos ricos em quartzo.
Rochas siliciclásticas predominam os processos mecânicos para a formação de cavernas, onde é preciso que haja na rocha descontinuidades, fissuras e/ou fraturas que possibilitem a infiltração de água, que atuará como abrasivo, erodindo a rocha, possibilitando então, a criação de um espaço vazio. Portanto, quanto mais minerais solúveis e maior a presença de descontinuidades, maior tendência a formação de cavernas com tamanhos relevantes.
Por terem um grau de solubilidade maior do que as rochas carbonáticas, não apresentam grandes espeleotemas ornamentando as cavidades.
Cavernas em Ferruginosas
Ocorrem em rochas como itabirito, dolomito ferruginoso e concreções lateríticas, também conhecidas como cangas, compostas por minerais ricos em ferro.
A formação dessas cavernas vai depender dos minerais existentes nessas rochas, estando associados tanto à dissolução como à erosão, onde a água aproveita as descontinuidades, fissuras e fraturas existentes. Ou seja, quanto mais minerais solúveis e maior a presença dessas descontinuidades, tende-se a formação de cavernas de tamanhos relevantes.
Mesmo não sendo tão ornamentadas como as cavernas em calcário, nas cavidades ferríferas, também pode-se encontrar alguns espeleotemas como pequenos coralóides e estalactites.
Cavernas em granitos
Granito são rochas magmáticas intrusivas, ou seja, resultado do resfriamento do magma em grandes profundidades, são rochas maciças e muito resistentes, formadas essencialmente por quartzo e feldspatos potássicos.
Devido às suas características, são rochas basicamente insolúveis, sua composição impede que a formação ocorra por dissolução igual aos carbonatos, porém, ainda é possível encontrar cavernas com essa litologia.
A formação das cavernas em granito é do tipo secundária, ou seja, é preciso que haja na rocha descontinuidades, fissuras e/ou fraturas que possibilitem a infiltração de água, atuando como abrasivo, erodindo a rocha e criando assim um espaço vazio.
Em granitos é comum a ausência de espeleotemas expressivos como em rochas carbonáticas, já que dependem do processo de dissolução para que se formem. Resultando assim, em cavernas menos ornamentadas e com espeleotemas menores.
Importância das cavernas
Caverna é um ecossistema frágil e delicado. Em seu interior, encontra-se um ambiente escuro onde não crescem plantas, mas alguns animais sobrevivem em condições muito restritas, como peixes, aranhas, pássaros, morcegos, baratas, cigarras, invertebrados variados, além de fungos e bactérias. São locais muito úmidos e com temperaturas que não variam muito.
Nesses ambientes subterrâneos existem animais pequenos e que gostam de viver isolados, levando uma rotina peculiar quando comparadas às espécies da superfície. São geralmente da cor branca e cegos, sua visão é quase desnecessária e por causa do ambiente escuro, seus sentidos de olfato são muito aguçados.
No geral, as cavernas são importantes para o desenvolvimento de estudos científicos; lazer; armazenamento estratégico de água; proteção e conservação de minerais raros ou formações geológicas inigualáveis e conservação de sítios fossilíferos e arqueólogos, facilitando na identificação, catalogação e pesquisa de espécies de animais e vegetais fósseis.
Autora: Amanda Martins T. Correia
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