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Cavernas só existem em rochas calcárias?

Caverna. Fonte: Chinavistos.

Cavernas são toda a cavidade natural, geralmente rochosas que permitem o acesso de seres humanos. 

As cavernas oferecem muitas informações científicas e também podem ser exploradas do ponto de vista turístico e cultural. 

Os profissionais que estudam as cavernas são chamados de espeleólogos. A espeleologia, além da geologia, também engloba as áreas da biologia, arqueologia e paleontologia. 

As principais diferenças entre os locais subterrâneos estão ligadas às suas origens, e processos de formação. As cavernas são cavidades naturais rochosas, como citado acima, podendo variar sua topografia, comprimento e forma. Já a gruta é um determinado tipo de caverna, predominantemente horizontal, com mais de 20 metros de comprimento, não sendo possível sua travessia de uma extremidade a outra. 

 

Cavernas em Calcários

Grande parte das cavernas são encontradas em zonas de rochas carbonáticas, como mármore e calcário. São formadas através da ação corrosiva e erosiva da água que percola pelas rochas. A água da chuva é a principal responsável por auxiliar na formação dessas cavernas, porque o dióxido de carbono que é absorvido pela água ajuda na formação do ácido carbônico diluído, que solubiliza o calcário. 

Essas cavernas podem ser acessadas pelas entradas formadas pelas águas que fluem por ela, mas podem ser tortuosas, estreitas e íngremes, porém são os acessos mais comuns as cavernas calcárias. 

Quando as cavernas alcançam áreas maiores, há o risco de não suportarem o peso das rochas acima, podendo gerar o desmoronamento do teto da caverna e provocar o surgimento de dolinas (sinkholes) na superfície. 

Caverna Calcária. Fonte: Pixabay.

Cavernas em Arenitos e quartzitos

Os arenitos são rochas sedimentares clásticas e sua estrutura é composta basicamente por grãos resistentes, na fração de areia, que são formados durante o intemperismo e erosão de outras rochas e arenitos. Seus principais componentes são quartzo, feldspato e fragmentos de outras rochas. Por conta disso, sua variação composicional depende da área-fonte desse material. 

Os quartzitos são rochas metamórficas originadas do metamorfismo de arenitos ricos em quartzo. 

Rochas siliciclásticas predominam os processos mecânicos para a formação de cavernas, onde é preciso que haja na rocha descontinuidades, fissuras e/ou fraturas que possibilitem a infiltração de água, que atuará como abrasivo, erodindo a rocha, possibilitando então, a criação de um espaço vazio. Portanto, quanto mais minerais solúveis e maior a presença de descontinuidades, maior tendência a formação de cavernas com tamanhos relevantes.

Por terem um grau de solubilidade maior do que as rochas carbonáticas, não apresentam grandes espeleotemas ornamentando as cavidades.  

Caverna em Quartzito. Fonte: Pixabay.

Cavernas em Ferruginosas

Ocorrem em rochas como itabirito, dolomito ferruginoso e concreções lateríticas, também conhecidas como cangas, compostas por minerais ricos em ferro. 

A formação dessas cavernas vai depender dos minerais existentes nessas rochas, estando associados tanto à dissolução como à erosão, onde a água aproveita as descontinuidades, fissuras e fraturas existentes. Ou seja, quanto mais minerais solúveis e maior a presença dessas descontinuidades, tende-se a formação de cavernas de tamanhos relevantes. 

Mesmo não sendo tão ornamentadas como as cavernas em calcário, nas cavidades ferríferas, também pode-se encontrar alguns espeleotemas como pequenos coralóides e estalactites. 

Caverna Ferruginosa. Fonte: Instituto Pristino.

Cavernas em granitos

Granito são rochas magmáticas intrusivas, ou seja, resultado do resfriamento do magma em grandes profundidades, são rochas maciças e muito resistentes, formadas essencialmente por quartzo e feldspatos potássicos. 

Devido às suas características, são rochas basicamente insolúveis, sua composição impede que a formação ocorra por dissolução igual aos carbonatos, porém, ainda é possível encontrar cavernas com essa litologia. 

A formação das cavernas em granito é do tipo secundária, ou seja, é preciso que haja na rocha descontinuidades, fissuras e/ou fraturas que possibilitem a infiltração de água, atuando como abrasivo, erodindo a rocha e criando assim um espaço vazio. 

Em granitos é comum a ausência de espeleotemas expressivos como em rochas carbonáticas, já que dependem do processo de dissolução para que se formem. Resultando assim, em cavernas menos ornamentadas e com espeleotemas menores. 

Caverna Granítica. Fonte: EliseuFrechou.

Importância das cavernas

Caverna é um ecossistema frágil e delicado. Em seu interior, encontra-se um ambiente escuro onde não crescem plantas, mas alguns animais sobrevivem em condições muito restritas, como peixes, aranhas, pássaros, morcegos, baratas, cigarras, invertebrados variados, além de fungos e bactérias. São locais muito úmidos e com temperaturas que não variam muito. 

Nesses ambientes subterrâneos existem animais pequenos e que gostam de viver isolados, levando uma rotina peculiar quando comparadas às espécies da superfície. São geralmente da cor branca e cegos, sua visão é quase desnecessária e por causa do ambiente escuro, seus sentidos de olfato são muito aguçados. 

No geral, as cavernas são importantes para o desenvolvimento de estudos científicos; lazer; armazenamento estratégico de água; proteção e conservação de minerais raros ou formações geológicas inigualáveis e conservação de sítios fossilíferos e arqueólogos, facilitando na identificação, catalogação e pesquisa de espécies de animais e vegetais fósseis

 

Autora: Amanda Martins T. Correia

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