O Caulim é um minério no qual é composto por silicatos hidratados de alumínio. Por esse motivo, apresenta propriedades bem definidas como plasticidade e resistência mecânica. Assim, é possível a sua utilização para a produção de diversos materiais, como por exemplo: tintas, cerâmica e papel.
O fato desse mineral possuir um baixo teor de óxido de ferro é o que caracteriza a sua cor clara, sendo até mesmo branca. Ademais, o mineral ocorre em profundidades próximas a 10 metros se fundindo a 1800ºC, sendo assim, ele é considerado um dos mais abundantes da crosta terrestre. Além disso, é possível dizer que o caulim possui folhelhos, ou seja, a sua microestrutura é formada por placas bem finas com formato hexagonal. Essas camadas são dispostas em formatos de sílica tetraédrica e alumina octaédrica.
Apesar da atividade de exploração do Caulim ser muito viável e lucrativa, ela causa um grande impacto ambiental, pois modifica de forma significativa as áreas mineradas e também as áreas vizinhas, onde ocorre o depósito de estéril e rejeito. O principal problema são os resíduos gerados os quais são descartados sem nenhuma reciclagem. Eles poluem a água, o ar e o solo. Além disso, a atividade pode causar a subsidência do terreno, incêndios devido aos rejeitos radioativos e o carvão.
Dessa forma, é necessário que haja prática que visa a sustentabilidade durante todo o processo. Atualmente, colocar em prática as medidas mitigatórias estão sendo algo mais rígido, observado e exigido por diferentes atores sociais como: governos, consumidores, investidores, associações.
Fontes de rejeitos de Caulim
Como já dito antes, no processamento e beneficiamento do Caulim, há produção de rejeitos líquidos e sólidos. Esses metais podem ser: Ferro, Alumínio, Zinco, Cádmio, além de outros contaminantes.
Essa contaminação extrapola os limites das áreas de exploração, atingindo a topografia, a fauna e flora da região, além do sistema hídrico e morfofisiológico do solo. Os resíduos de Caulim na Paraíba, por exemplo, são descartados próximo de onde há a extração, sendo assim, não há custo de transporte para a empresa. Como consequência disso, gera problemas para o município, produtores e meio ambiente.
Principais Rejeitos gerados
Em seu de beneficiamento, são comumente gerados dois tipos de resíduos cauliníticos diferentes. Portanto, após o processo de desareiamento, é produzido um resíduo de aparência grossa, e o outro de aparência fina, eles são chamados popularmente de birra e borra, respectivamente.
Os resíduos, ainda não possuem valor econômico no mercado além de não ter aplicação para a sua reutilização, por esse motivo na tentativa de reduzir o custo do transporte para o descarte, as usinas de beneficiamento ficam rodeadas por montes de materiais não utilizados.
Sendo assim, esses resíduos geram um impasse para os municípios que produzem e o meio ambiente. Além de precisar de grandes áreas para seu depósito, seus finos são transportados, pela a ação do vento, a grandes distâncias, contaminando as populações vizinhas.
Formas de aproveitamento do rejeito do Caulim
Pelo fato dos grandes problemas gerados pelo rejeito de Caulim, existem estudo em universidades para reaproveitá-lo. A sua maior aplicação está na construção civil, como a geotinta, os materiais cerâmicos e aditivos. Alguns exemplos são:
Geotinta
A geotinta é uma tinta que possuí como base em sua composição o rejeito de Caulim, ela apresta características e propriedades similares as tintas industrializadas. A geotinta possui capacidade de cobertura, é resistente e possui uma rápida secagem com boa aderência à superfície.
Além disso, possui o benefício de ter um valor inferior as tintas convencionais. Ela pode ser uma alternativa para pessoas que não possuem condições de comprar uma tinta comum, podendo ser utilizadas em suas casas, e assim obter um ambiente com a estética agradável.
Produção de blocos cerâmicos
A partir dos resíduos de Caulim é possível produzir blocos cerâmicos, os quais são constituídos por cerca de 10% e 20% do material. Dessa forma, obtém-se resultados de resistência os quais são satisfatórios para o padrão normativo. Com isso, a utilização do resíduo como matéria prima alternativa, agrega valor a um material indesejável e que causa muitos danos.
Porém, ainda é necessário o incentivo para o desenvolvimento de estudos e tecnologias para o melhor aproveitamento do resíduo de Caulim. Assim, irá visar a utilização de percentuais mais elevados do material se comparado a esse estudo. Dessa forma, os estudos e experimentos contribuirão para a ampliação do volume de resíduo a ser utilizado em composições cerâmicas ou também para outras finalidades, contribuindo para o meio ambiente.
Aditivo em argamassas e concretos
Outro produto que pode conter o Caulim são os concretos e argamassas. O Caulim depois de sofrer um tratamento térmico se transforma em um material pozolânico, o metacaulim, que tem sido bastante utilizado como adição mineral em argamassas e concretos de cimento Portland.
Dessa forma, as soluções apresentadas mostram-se eficiente para a sua finalidade e também para a utilização desse material evitando o seu descarte indevido no meio ambiente. É necessário que pesquisas continuem sendo realizadas para a melhor eficiência do aproveitamento do rejeito de Caulim.
Autora: Gabriella Marinho
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