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Grafeno – A descoberta Revolucionária

 

Grafeno – A descoberta Revolucionária

No ano de 2004, dois físicos russos, André Geim e Konstantin Novoselov, fizeram uma descoberta que prometia revolucionar o mundo. Um material bidimensional, que pode ser considerado o mais resistente já conhecido, além de ótimo condutor de calor e eletricidade. Este material a que estou me referindo é o Grafeno.

Por que o grafeno é tão especial

O que torna este material tão revolucionário, não é apenas uma propriedade, mas sim um conjunto de características que o permitem revolucionar a indústria eletrônica. Primeiramente, a começar pelo próprio nome, grafeno bidimensional, ele consiste em ‘’folhas’’ de grafeno de um átomo de espessura que se alinham de forma hexagonal. Daí vem as suas incríveis propriedades físicas, e são elas:

  • É o material mais fino e mais resistente do mundo;
  • É muito leve (mil vezes mais leve que uma folha de papel);
  • Possui a menor resistência elétrica a temperatura ambiente já vista, tornando-o um excelente condutor de eletricidade;
  • Possui propriedades ópticas capazes de produzir um corpo perfeitamente negro;
  • É também um excelente condutor térmico, já que é capaz de dissipar calor mais rápido que qualquer outro material conhecido.

Onde encontrar 

Embora o grafeno multicamadas seja encontrado na natureza de maneira abundante, ele não possui as características que tornam o grafeno tão impressionante. Portanto, para obtê-las é necessária a produção do grafeno bidimensional, que, como o nome diz, é uma folha de carbono de apenas um átomo de espessura. Porém, a produção de grafeno bidimensional ainda é um processo caro e difícil, e cientistas do mundo todo estão correndo para torná-la viável para a indústria.

O Brasil e o grafeno

Atualmente o Brasil possui algumas das maiores reservas de grafite do mundo, e representa a terceira maior produção mundial do mineral, 70% da qual está em Minas Gerais. Dessa forma, o país possui um imenso potencial na produção do grafeno bidimensional, que é produzido a partir do grafite e não do grafeno, como o nome sugere. Além disso, vale ressaltar que instituições do país já estão investindo na pesquisa de processos de produção de grafeno em larga escala, além de aplicações do material, como por exemplo a Universidade Presbiteriana Mackenzie, que investiu R$ 20 milhões, para a construção de um centro de pesquisa voltado para o material, em São Paulo.

Projeto MGgrafeno

Fábrica de Grafeno em Belo Horizonte - MG.
Fábrica de Grafeno em Belo Horizonte – MG. (Fonte: MGgrafeno/Divulgação)

Além disso, outro exemplo de investimento nas pesquisas sobre o grafeno é o Projeto MGgrafeno, um projeto da Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) em associação com a UFMG e o CDTN (Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear), no qual a Codemge já investiu valor na casa dos R$ 50 milhões. O projeto visa desenvolver formas de produção baratas de grafeno em larga escala, além do desenvolvimento de novas tecnologias e indústrias que utilizem o material. Por fim, vale ressaltar também que, existe hoje uma planta piloto para produção de grafeno em instalações da CDTN que possui capacidade de produção de uma tonelada por ano.

Grafeno e o futuro, o que esperar?

Acima de tudo, este é um material que pode revolucionar o futuro. Com ele podem ser feitas telas de LED curvas, transmissores de alta velocidade, paredes touch que podem funcionar como computadores, as aplicações dignas de ficção científica são quase infinitas. Dessa forma, grupos como o Graphene Flagship Consortium, grupo europeu liderado pela Nokia, além de empresas como a SanDisk, Samsung, IBM e Apple já conduzem estudos e pesquisas na área do grafeno, além de possuírem até processos por patente no Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos.

Conclusão

Em suma, podemos concluir que o grafeno será responsável pela próxima grande revolução tecnológica por suas diversas características, permitindo, talvez até em um futuro próximo, que a humanidade tome o primeiro passo para vivermos em um verdadeiro mundo de ficção científica, com paredes que são na verdade computadores e celulares que dobram.

Autor: André Chamis

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